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domingo, 3 de maio de 2015

Ceará e Fortaleza duelam para decidir Cearense de 2015

Enquanto o Vovô precisa vencer para ficar com o penta, para o Leão, basta um empate para sagrar-se campeão

O sexto Clássico-Rei do ano tem tudo para ser inesquecível para as torcidas de Ceará e Fortaleza. Afinal, estará em jogo hoje, às 16 horas, no Castelão, o título de campeão cearense, que consagrará alvinegros ou leoninos, pelo contexto desta final de 2015.
Depois do troféu inédito da Copa do Nordeste, Silas poderá entrar de vez para a história do Alvinegro com a conquista do pentacampeonato
FOTO: BRUNO GOMES

Enquanto o Vovô luta pelo seu segundo pentacampeonato quatro dias depois de se sagrar campeão do Nordeste, o Leão quer evitar a glória do rival, e claro, voltar a levantar uma taça que não vem desde 2010.
Chamusca não quer ser lembrado apenas por marcas atingidas, por quebras de tabus, tempo de permanência, mas por conquistas de títulos
FOTO: KIKO SILVA
A rivalidade, que ao longo do campeonato nunca esteve tão acirrada fora do gramado, também foi intensa dentro dele. Em cinco jogos em 2015, dois pela Copa do Nordeste e três pelo Estadual, equilíbrio absoluto. Foram duas vitórias para cada time e um empate, com seis gols marcados de cada lado. Na última, o Leão fez 2 a 1, o que lhe dá a vantagem de jogar por um empate hoje para ser campeão.

Portanto, logo mais acontecerá um verdadeiro tira-teima, já que não haverá outro duelo para mudar o rumo das coisas.

No Ceará, ainda envolto pelo título da Copa do Nordeste, comemorado efusivamente após o jogo de quarta-feira, a meta é aproveitar a empolgação para vencer mais um jogo e comemorar o pentacampeonato.

"Temos outra decisão, de um título tão importante quanto o Nordeste, o de pentacampeão. É a chance de fazermos história no Ceará, com mais um título", destacou o capitão Magno Alves.

Se a empolgação é o ponto forte, o cansaço pode pesar contra. Mas para o técnico Silas, o jogo é o último e exige sacrifício. "Não teremos outra chance. É o ultimo jogo, contra um rival que fizemos sempre jogos equilibrados. Precisamos apenas de uma vitória para o título e buscaremos isso com as forças que temos", disse ele.

Quanto a escalação, Silas não terá o volante Sandro Manoel, suspenso, com isso, João Marcos deve ser o titular.

Motivação

No Leão, a necessidade do título é grande. Primeiro, para impedir um pentacampeonato do maior rival; segundo, para dar motivação à torcida e ao clube para brigarem pelo acesso à Série B do Brasileiro.

O técnico Marcelo Chamusca vem lutando desde o ano passado para ser campeão cearense. "Não quero ficar lembrado apenas como treinador de boa estatística, de tempo de permanência, de tabus quebrados. Quero ser lembrado por ganhar títulos e conseguir acesso", disse ele. No time, o zagueiro Lima retorna no lugar de Genilson.

Segurança com logística da Copa do NE

O tenente-coronel Aginaldo Oliveira, do Batalhão de Eventos da Polícia Militar, informou que será adotada, no Clássico-Rei entre Ceará e Fortaleza, decidindo o Campeonato Cearense, a mesma logística da segurança empregada na decisão da Copa do Nordeste, entre o Alvinegro e o Bahia, na Arena Castelão.

Ao todo, serão 600 policiais, com um acréscimo de 100 homens, em relação ao número do clássico anterior, quando o Fortaleza venceu. O tenente-coronel acredita que o contingente será o suficiente para garantir a paz do torcedor que for ao estádio.

"Historicamente, nós sabemos que as duas torcidas se enfrentam nos terminais de ônibus ao Castelão em vias de acesso mais distantes, porém, no entorno da Arena Castelão e dentro do estádio, normalmente não acontece nada, devido ao policiamento", explicou Aginaldo. E a PM não estará sozinha neste trabalho. Haverá 50 homens da Policia Civil, sendo que duas delegacias estarão funcionando. A primeira ficará dentro do próprio estádio. Qualquer ocorrência fora do Castelão será levada para o 16º Distrito Policial, situado no bairro Antônio Bezerra.

Internamente, na Arena Castelão, trabalharão dois juízes, dois promotores e dois defensores públicos para atender às ocorrências no estádio.

O tenente-coronel Aginaldo informou ainda que 34 agentes da Regional VI irão atuar na fiscalização dos 350 ambulantes cadastrados no entorno do Castelão, os quais ficarão na calçada do outro lado da Arena, para evitar congestionamento e venda de bebidas alcoólicas. Às 13 horas, serão abertas as catracas e o estacionamento.

Finalíssima é assunto nos corredores da AL-CE

O clima que agita a cidade antes da decisão também encontra espaço no ambiente político. Em meio a reuniões, sessões e discussões, a Assembleia Legislativa do Ceará é palco de cenário curioso: rivais que torcem para o mesmo time ou aliados que amam clubes diferentes.

O cenário nem sempre foi de harmonia. Em 2011, poucos meses após assumir a presidência do Fortaleza, o deputado estadual Osmar Baquit (PSD) - hoje na Secretaria de Pesca e Aquicultura do Estado - ouviu a então colega Eliane Novais (PSB), em meio a uma sessão, disparar: "enquanto estiver na Terceira Divisão, nem dá para conversar". Baquit contra-atacou, o clube emitiu uma nota de repúdio, e Eliane se desculpou.

Hoje, porém, o futebol não é mais motivo de troca de farpas no plenário da Casa. O líder do Governo é o presidente do Ceará, Evandro Leitão (PDT), que tem perfeita harmonia com o vice-líder Júlio César Filho (PTN), também alvinegro.

Tradicional opositor do poder executivo na eleição para a Prefeitura em 2012, o deputado Capitão Wagner (PR) compartilha também a paixão pelo Vovô. "O exemplo que a gente dá convivendo pacificamente, mesmo sendo adversários políticos, em virtude da paixão pelo time que torce, gera na população um sentimento de convívio pacífico também dentro dos estádios", aponta Capitão Wagner, deputado estadual. "É muito importante que a gente tenha maturidade para pensar diferente e discordar de algumas coisas e concordar com outras. E no futebol a gente pode gostar de times diferentes", completa Elmano de Freitas (PT).

Respeito mútuo

Do lado tricolor, anos após da polêmica gerada por Eliane Novais, o deputado Antônio Granja (PROS) destaca o ambiente saudável em relação ao futebol na AL, apesar dos conflitos políticos. "A gente briga aqui no parlamento, mas há um respeito mútuo. E, apesar de eu ser Fortaleza, há uma relação muito próxima ao nosso líder Evandro Leitão", diz Granja.

Vladimir Marques/Ivan Bezerra/Afonso Ribeiro
Repórteres/Colaborador
Diário do Nordeste

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