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quinta-feira, 14 de julho de 2016

DINHEIRO PÚBLICO INDO PELO RALO: Tatuzões do metrô de Fortaleza se deterioram sem manutenção

Máquinas estão sem manutenção há mais de um ano. Governo diz que consórcio espera manifestação dos órgãos de controle.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga a situação das tuneladoras, equipamentos adquiridos pelo Governo do Ceará para a obra da Linha Leste do Metrô de Fortaleza. As máquinas não chegaram a ser montadas, seguem sem manutenção, e estão enferrujando, expostas ao sol e à chuva. A obra se arrasta há dois anos e meio, e o governo já gastou mais de R$ 100 milhões com equipamentos. Enquanto não é resolvido o impasse no consórcio, a população fica sem prazo para a conclusão da obra.

Pelo menos dois pontos da cidade chegaram a sofrer alterações no trânsito por causa das obras. Mas por trás dos tapumes, montados, por exemplo, na Avenida Washington Soares, se vê que quase nada foi feito da obra de mais de R$ 2 bilhões. Ali, nenhum centímetro chegou a ser perfurado pra instalação dos túneis do metrô.

Isso depende do trabalho das tuneladoras, apelidadas de "tatuzões", máquinas gigantes que, além de cavar, instalam anéis de concreto para sustentação dos túneis. Mesmo com consórcio responsável pela obra, o Governo do Ceará comprou quatro equipamentos desses em 2012 por R$ 138 milhões.

Será necessário investir mais R$ 85 milhões em geradores de energia, para fazer os tatuzões funcionarem. Enquanto isso, os tatuzões nem chegaram a ser montados. As peças expostas à chuva e ao sol estão enferrujadas em um terreno em Fortaleza, próximo à Praça da Estação, no Centro.

Há quase um ano e meio as máquinas estão sem manutenção. A empresa que fazia o serviço disse que tomou calote no governo de mais de U$ 9 milhões. "Tá com mais de ano que a gente tem observado, a gente trabalha aqui ao lado, não vem ninguém", conta o síndico José Eumênio.

"Se a manutenção tinha que ser mensal e não foi feita, compromete o funcionamento do equipamento, vindo até a falhar ou ter um prejuízo bem maior", argumenta o professor Engenharia Mecânica, Roberto Bezerra.

Obra na mira do MPF

A compra e a falta de manutenção dos tatuzões já estão sendo investigadas pelo Ministério Público Federal (MPF). "Isso pode ter resultado em dispêndio de recursos federais, sem a utilização efetiva do equipamento. O custo da utilização do equipamento deveria ter sido repassado para as empresas contratadas, mas não foi isso que aconteceu", diz o procurador da República, Alessander Sales.

Depois de dois anos e meio de espera, a população ainda não sabe quando vai poder utilizar o metrô que já levou tanto dinheiro.

A Secretaria da Infraestrutura do Ceará disse que o consórcio teve que ser trocado depois de um desentendimento entre as empresas. O Governo diz que o novo consórcio espera manifestação dos órgãos de controle para retomar a obra.

Com informações do G1 CE

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