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sábado, 22 de julho de 2017

Coluna revela a caótica situação da Polícia Civil do Ceará

POLÍCIA CIVIL DO CEARÁ TEM DÉFICIT DE 40% DE DELEGADOS E 80 DELEGACIAS FECHADAS NO INTERIOR
Governador Camilo Santana presidiu, na manhã desta sexta-feira (21), a aula inaugural para a segunda turma de candidatos aprovados no concurso de 2016 para a Polícia Militar. Serão mais 1.400 novos policiais que poderão já estar nas ruas ainda antes do fim do ano. E Camilo já anunciou que vai convocar a terceira turma. A primeira está na fase final do curso de formação na Academia Estadual da Segurança Pública (Aesp). Cada uma delas é composta por 1.400 homens e mulheres. Ao final do seu mandato, o gestor terá incorporado aos quadros da PM mais 4.200 militares.

Infelizmente, o mesmo tratamento não é dado por Camilo à Polícia Civil. A “prima pobre” da Segurança Pública do Estado do Ceará amarga uma colossal defasagem de pessoal e, a cada dia, sucumbe diante da falta de profissionais para atender à demanda de investigações necessárias para o bom combate ao crime. O déficit de delegados é de 40 por cento. Hoje, são 80 delegacias do Interior que não funcionam por falta de delegados e suas respectivas equipes (inspetores e escrivães).

ESTADO DE PENÚRIA

O retrato da Polícia Judiciária cearense é um quadro de penúria. Das 19 delegacias regionais do Interior, apenas 10 delas funcionam em regime de plantão 24 horas. Faltam 15 delegacias de Defesa da Mulher no Interior, de acordo com o que determina a Constituição do Estado. Camilo Santana prometeu instalar em Fortaleza 25 Unidades Integradas de Segurança (Uniseg), que são delegacias funcionando 24 por dia em ação conjunta com a PM. Até agora só tem nove funcionando, e precariamente.

Também prometeu instalar 14 Unisegs na Região Metropolitana de Fortaleza. Só existem quatro (Caucaia, Maracanaú, Horizonte e Eusébio). Prometeu 28 no Interior, só tem 10.

E a situação caótica não tem fim. Nos armários da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa “dormem” mais de seis mil inquéritos (isto mesmo, 6 mil) à espera de resolução de crimes de morte. Não há previsão de como e quando isto será resolvido. Diante da falta de pessoal, a Polícia Civil do Ceará hoje investiga crimes por amostragem, isto é, os policiais selecionam os casos que vão apurar. Geralmente, são aqueles de grande repercussão na mídia ou os de maior pressão da sociedade (como o recente caso da assassinato de duas crianças na cidade de Viçosa do Ceará).

PREVISÃO CATASTRÓFICA

E por falta de investigação de crimes, os matadores permanecem à solta e produzindo mais vítimas nas ruas. Já passam de 2.500 os casos de homicídio no Ceará neste ano. A previsão ou estimativa – a continuar a sequência de assassinatos no estado, com média diária de 15 casos – é que o ano de 2017 termine com aproximadamente cinco mil CVLIs (Crimes Violentos, Letais e Intencionais), isto é, homicídios, latrocínios (roubos seguidos de morte) e lesões corporais que resultam em óbito.

Fonte: Jornalista Fernando Ribeiro

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