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segunda-feira, 23 de outubro de 2017

SINPOL Ceará não recomenda turistas visitarem o Ceará, enquanto a epidemia de homicídios não for controlada

Na última terça-feira (17.10), as atrizes Luana Piovanni e Antonia Fontenelle divulgaram vídeos em seus perfis nas redes sociais, denunciando uma agressão contra seus amigos, na praia de Jericoacoara, em Jijoca, no Ceará.

A denúncia das atrizes, embora tenha partido de uma situação particular, que envolvia seus amigos, mostra o abandono da Polícia Civil na Vila de Jericoacora, que não dispõe de um local para registro de Boletim de Ocorrência e lavratura de flagrantes. O efetivo resume-se a 1 delegado, 1 escrivão e 3 inspetores, que estão lotados na delegacia de Jijoca. Ressalte-se, ainda, que esta unidade policial não funciona durante a noite e nem nos finais de semana, obrigando o cidadão a se deslocar para as delegacias das cidades mais próximas, em Itapipoca ou Sobral, levando cerca de 6 horas de viagem, no trajeto de ida e volta.

É lamentável o abandono de Jericoacoara, uma região paradisíaca, que vem, ano a ano, aumentando o número de denúncias de violência. Destaca-se o caso de uma turista alemã e seu namorado, que estavam nas dunas e foram abordados por marginais que, além de roubarem pertences pessoais, violentaram sexualmente a mulher. A turista tentou realizar o B.O em Jericoacora e em Jijoca, mas, por ser feriado, as delegacias não funcionavam. Após passar por alguns municípios, a turista só conseguiu fazer o registro e o exame de corpo de delito em Sobral.

Os dados dos últimos meses informam que o Ceará quase alcançou a vexatória marca de 4 mil homicídios e tudo indica que, até o final do ano, esse número se aproximará dos 5 mil. Ou seja, 1% dos homicídios no planeta irão ocorrer dentro do nosso estado.

Para a vice-presidente do SINPOL Ceará, Ana Paula Cavalcante, a situação e caos no estado é consequência do total abandono da Polícia Civil. “Cada vez mais se agrava a cegueira institucional do governo em relação a nós. Apesar dos esforços pessoais da categoria, como o estado não nós dá meios necessários, não temos como impor pronta resposta ao crime e, assim, a impunidade reina. A sindicalista completa. “Na terça um turista alemão foi vítima de tentativa de homicídio na Praia de Iracema, cartão postal de Fortaleza. Tivemos um Norueguês assassinado em Caucaia. Um italiano em Beberibe. Assaltos diários a turistas brasileiros e estrangeiros por todo o estado. Ora, se não estamos conseguindo proteger os nossos cidadãos, como vamos resguardar os de fora?”, ressalta Ana.

O Presidente do SINPOL Ceará, Francisco Lucas, enfatiza o posicionamento do Sindicato sobre a situação de violência no estado: “Diante de tudo isso e da atual conjuntura de barbárie no Ceará, o Sindicato tomou uma postura mais incisiva e recomenda que os turistas evitem visitar o estado em decorrência do sucateamento imposto à Polícia Civil” e acrescenta, “enquanto não tivermos os meios para combater o crime organizado, manteremos o nosso posicionamento. Faremos, inclusive, uma campanha publicitária em outros estados, alertando ao cidadão para escolherem outros destinos, já que aqui, não temos como manter o turista seguro”, conclui o Presidente, Francisco Lucas.

Diante dos fatos, o SINPOL Ceará não recomenda a vinda de turistas ao Ceará, enquanto a crise instalada e epidemia de homicídios não for controlada pelas forças de segurança do estado. É lamentável termos que adotar uma postura tão radical, mas a crise instalada pela ação das facções criminosas e dificuldades impostas ao trabalho da nossa categoria, obrigam esta entidade sindical a se posicionar, objetivando que o governo enxergue a necessidade urgente de aparelhar e reestruturar a Polícia Civil do Ceará.

Fonte: Sinpol/Ce

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