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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

SAÚDE NA UTI: Universitária morre por apendicite em Crateús, após não ter diagnóstico médico correto

Segundo o pai da jovem, ela foi três vezes a Unidade de Pronto de Atendimento (UPA) e retornou para casa sem diagnóstico.
Uma estudante de Direito morreu de apendicite no município de Crateús, a 287 km de Fortaleza, no último dia 14, por falta de diagnóstico. Segundo o pai da universitária, Manoel Agostinho, a jovem Manuela Cristiane Agostinho havia sentido fortes dores na barriga e buscou atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município. As informações são da Rede Jangadeiro FM.

A filha de Manoel voltou para casa sem diagnóstico e sem remédios prescritos por três dias consecutivos. Por conta disso, o seu quadro de saúde piorou. “Não detectaram que ela estava com apêndice. Mataram minha filha”, frisou Agostinho.

Ele conta que a jovem sofreu uma parada cardíaca e precisou ser transferida para o Hospital Regional Norte, em Sobral, a mais de 200 km de distância do município e quase três horas de viagem. Mas a unidade não possuía ambulância para fazer a transferência.

Por esse motivo, foi acionado um carro da UPA de Tauá para percorrer 150 km, mas a ambulância não poderia chegar até o município, pois o raio de atuação se limitava até Santa Quitéria. Logo depois, a viatura de Canindé foi acionada para atender a jovem, mas chegou em péssimas condições, perdendo até o vidro da janela durante a viagem.

“Eu fiquei arrasado com essa mudança. A minha filha ficou entubada. A condição dela estava séria. O médico se encostou na lateral da ambulância e o vidro caiu. A situação dela tava tão complicada que eles não pararam para pegar o vidro. Quando cheguei no Hospital de Sobral, fui bem atendido. Mas passei dois dias lá e sofri demais. Deixaram ela morrer”, relatou o descaso.

Para Manoel, devido ao péssimo atendimento que sua filha recebeu em Crateús, o quadro clínico de Manuela piorou, ocasionando sua morte. Após o caso, ele vai acionar a justiça para não acontecer com outras pessoas.

Investigação

De acordo com a supervisora do Núcleo de Defesa da Saúde, Nelie Marinho, da Defensoria Pública do Estado, a Prefeitura pode ser responsabilidade pelo erro dos médicos, caso seja comprovado, e pagar uma indenização à família. Para isso, é necessário procurar um advogado, a Defensoria Pública ou Ministério Público com os documentos que comprovem o erro.

“Se for diagnosticado que houve o erro médico, a pessoa pode entrar com uma ação contra o município para poder requerer a indenização. É necessário exames, laudo médico e testemunhas”, explicou.

A diretora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC) e membro do Conselho Regional de Medicina (Cremec), Valéria Góes, ressalta que é preciso avaliar as condições de trabalho do médico, como hospital lotado e péssimas condições de atendimentos.

Por ano, o Cremec recebe cerca de 150 denúncias de erro médico. Desse total, 30% são verdadeiros. O órgão fica responsável abrir uma sindicância para investigar o caso e, se for comprovado, o profissional sofrerá penalidades.

A produção da Rede Jangadeiro FM procurou a Prefeitura de Crateús para comentar sobre o assunto. A assessoria de comunicação informou por telefone se “solidariza com a família, mas que não iria emitir nota oficial já que a UPA não é do município”.

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) esclarece que a gestão da unidade é municipal, inclusive as contratações. De acordo com a SESA, a UPA de Crateús recebe por mês do governo R$ 85 mil para manutenção da unidade.

(Com informações do portal Tribuna do Ceará)

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