SIGA-NOS NO INSTAGRAM

sexta-feira, 30 de março de 2018

Uber critica proposta da Prefeitura a aplicativos

Segundo o texto a ser enviado à Câmara, veículos de condutores devem ter idade máxima de cinco anos
Há nove meses como motorista do aplicativo digital de transporte Uber, Ageu Torres, de 21 anos, trabalha cerca de 10 horas por dia para conseguir dar conta de uma renda para si e para a família - composta pelos pais e pela irmã. Nos momentos em que deixa o carro na garagem, o jovem se divide entre as horas de descanso e os estudos em um cursinho. O sonho de Ageu é passar em um concurso e tornar-se funcionário público.

Com o projeto de Lei de regulamentação municipal dos aplicativos digitais de transporte a ser enviado pela Prefeitura de Fortaleza na próxima semana à Câmara Municipal, motoristas como Ageu Torres terão de retirar a Carteira Padrão de Operador de Transporte e realizar um curso de 28 h/a com temáticas gerais vinculadas ao trânsito.

Para o condutor, as mudanças propostas pela Prefeitura são positivas. "Um dos pontos é que a Lei possa ajudar em relação a motoristas que não tratam a uber com profissionalismo", explica, ao imaginar que esses trabalhadores devam melhorar o serviço. Segundo ele, contudo, a demanda vai diminuir em razão do próprio lucro individual. "Muitos dependem exclusivamente da Uber, então, alguns vão ter de procurar outra coisa para trabalhar", supõe, tendo em vista os critérios adotados.

Em nota, a empresa Uber optou por não se manifestar de forma específica por não ter tido acesso ao projeto de Lei, mas afirmou que algumas restrições criam "redundâncias que trazem ineficiências a um sistema que funciona bem". Sobre o curso de formação, a organização afirmou que "não é possível especular sobre a operacionalização antes de entender o que, de fato, está sendo proposto".

A Uber criticou, porém, a proposta de que os veículos de condutores por aplicativos tenham restrições de idade máxima de cinco anos, a serem contados a partir de 2020 - caso o projeto de Lei seja aprovado neste ano. Segundo a empresa, esse termo pode "tirar a renda de mais de 10 mil motoristas parceiros da Uber em Fortaleza" e, consequentemente, contribuir "para o aumento no valor das viagens e no tempo de espera por um carro", considerou.

Os maiores críticos da implantação dos aplicativos digitais de transporte no Estado, os taxistas, consideram uma palavra importante para o momento: igualdade. O presidente do Sindicato dos Taxistas do Ceará (SindiTáxi), Vicente de Paula, considera que o mercado não poderia ficar como estava antes da regulamentação. "Igualdade de serviços, de preço; é querer que todos passem pelo critério que nós passamos com relação à vistoria, ter uma carteira padrão, vistoria nos carros e seja monitorado pelo Município", explica o presidente do Sindicato. (Diário do Nordeste)

0 comentários:

Postar um comentário

Comente esta matéria

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More