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domingo, 18 de novembro de 2018

"Educação do Mal" - Professores "confirmam" a fraude

Numa discussão num grupo de WhatsApp, professores discutem com o diretor de uma escola pública do município de Coreaú, no Ceará, que prometeu aprovar 121 alunos que deveriam ser reprovados no Ensino Fundamental. Segundo o então diretor da Escola Wilebaldo Aguiar, Benedito Wilebaldo, alguma coisa tinha que ser feita com os 121 alunos reprovados, para que a escola não aparecesse como a pior no ranking estadual. "Acredito que mudar documentos é crime. Ou não? Então, será cometido um crime na escola?", indagou o professor de matemática Jair Felismino. Ele confirmou a veracidade da conversa do grupo, para a nossa reportagem.

Além da promessa de usar algum método para aprovar os reprovados, no grupo também se discute a emissão de laudos médicos para aprovar alunos reprovados. Deixando a suspeita do uso de laudos para a manipulação de resultados.

Além de assumir a decisão monocraticamente e ser rebatido pelos professores, o então diretor benedito ainda afirma que não poderia ser responsabilizado pela falta de conhecimento dos alunos, e que reprovar não seria o caminho.

Os professores acusam a gestão de nunca se preocupar com o aprendizado do aluno, aprovando-os a força, além de chamar a atenção dos professores do ensino médio que vão receber mais uma leva de estudantes que estão saindo do fundamental sem saber ler nem escrever.

O escândalo que vem a tona reforça cada vez mais a necessidade de mudanças profundas na proposta de "educação para todos" e inclusão social através da educação. O que vem acontecendo na educação do Ceará, é uma exclusão social que começa fora da escola, agora legitimada responsabilizando o aluno pelos seus próprios fracassos, abafando o debate sobre a baixa qualidade de aprendizagem oferecida atualmente no ensino básico.

Em Sobral, assim como em todo o Ceará, as fraudes se multiplicam e são encabeçadas pelos diretores das escolas, em conluio com a coordenação, alguns professores e até mesmo com o secretário de educação, como revelou as investigações do delegado André Firmino, no município de Itapajé, em maio deste ano. O objetivo principal das fraudes é o de manipular o resultado do desempenho educacional, medido pelas avaliações externas no INEP e Spaece, usados como critério pelos organismos internacionais, para que o Brasil e seus municípios recebam empréstimos milionários.

As denúncias já estão em poder da Procuradoria da República e da Polícia Federal, e serão encaminhadas também para o novo governo, eleito no último pleito.

Por Wellington Macedo 
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