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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Tratamento criado por brasileiro auxilia pacientes em todo o mundo

Uma veste terapêutica (órtese dinâmica), desenvolvida por um brasileiro para ajudar o filho com paralisia cerebral, vem auxiliando pacientes em todo o mundo. Segundo Mariana Carvalho Krueger, fisioterapeuta, especialista neurofuncional, PediaSuit avançado (USA) e sócia do CERNE – Centro de Excelência em Recuperação Neurológica de Curitiba, o PediaSuit é um tratamento intensivo, desenvolvido com base na medicina espacial e aplicado em pacientes com algum tipo de lesão neurológica.

“O PediaSuit foi inspirado em uma roupa criada nos anos 70, por cientistas russos, para o uso dos astronautas que chegavam do espaço com dificuldades motoras, perda de movimentos, massa muscular e estrutura óssea debilitada. O traje terapêutico ajuda a neutralizar efeitos nocivos ao corpo do paciente, como a perda de densidade óssea, alteração da integração das respostas sensoriais, atrofia muscular, alteração da integração das respostas motoras, alterações cardiovasculares e desequilíbrios dos fluídos corporais”, explica.

A fisioterapeuta esclarece ainda, que por ser tratar de uma terapia intensiva, o protocolo, é aplicado em pacientes acima de dois anos, e feito diariamente, por três a quatro horas, com duração média de quatro semanas por módulo, variando de acordo com cada caso. “O paciente é vestido com uma órtese dinâmica com touca, colete, short, joelheiras e calçados adaptados interligados por bandas elásticas ajustáveis, que podem aplicar axialmente no corpo uma descarga de 15 a 40 Kg. A veste tem a função de criar uma unidade de suporte para deixar o corpo o mais próximo possível do funcional, restabelecendo o correto alinhamento postural e a descarga de peso que são fundamentais na modulação do tônus muscular da função sensorial e vestibular”.

As atividades terapêuticas são realizadas no spider e monkey, uma espécie de gaiola usada ​​para exercitar o paciente, a fim de aumentar a capacidade de isolamento das ações desejadas e fortalecimento dos grupos musculares responsáveis ​​por essas atividades. “O uso da ferramenta possibilita ganho de amplitude de movimento, de força muscular e flexibilidade das articulações, melhora o equilíbrio corporal, as habilidades funcionais e ajusta o padrão da marcha”, relata a especialista. 

O tratamento é indicado para pacientes com paralisia cerebral, autismo, síndrome de Down, acidente vascular encefálico, traumatismo crânio encefálico, entre outros. Entre os benefícios proporcionados ao paciente, a especialista destaca o aumento da densidade mineral óssea, da força muscular, propriocepção, equilíbrio, coordenação motora, consciência corporal, modulação de tônus postural e do alinhamento biomecânico. “Esse programa visa atingir o potencial de cada paciente e resulta em ganho de qualidade de vida, desenvolvimento motor e independência na realização das atividades funcionais”, finaliza Mariana.

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