RIO - Neste sábado começa a maratona do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) para cerca de 5,3 milhões de candidatos. Apesar de serem apenas dois dias de provas, são dez horas (4h30m de hoje e 5h30m no domingo) para resolver 180 questões (90 em cada um dos dias, além de uma redação amanhã). Conhecido notoriamente como um teste de resistência, o Enem tem como um dos maiores desafios o controle do tempo.
A dificuldade torna-se ainda maior, pois não é permitido o uso de relógios (sequer analógicos) por motivos de segurança. O estudante Piettro Benfeitas, de 19 anos, sabe bem disso. Candidato a uma vaga em Medicina, ele faz o exame pelo segundo ano. Em 2010, não conseguiu terminar de fazer a prova do segundo dia.
- Perdi questões de matemática em função da falta de tempo. Tive que chutar algumas. Não administrei bem o tempo na redação - lamenta o aluno do Pensi, que este ano está mais bem treinado.
- Nos simulados que fiz depois, consegui terminar as provas a tempo.
André Santos, de 17 anos, fez o Enem no ano passado apenas como teste, mas aprendeu uma lição: não pode ficar muito tempo preso às questões mais difíceis. Como treinamento, ele passou a cronometrar quantos minutos gastava em cada questão das edições anteriores do exame enquanto estudava.
- Meu tempo máximo é de três minutos por questão. Faço em média em um minuto e meio ou dois. Se demorar mais que isso, passo para a questão seguinte e depois volto. Na hora, vou me guiar pelo relógio de parede, se houver na sala. Mas já dá para ter uma noção de quando eu empaco - diz o aluno do 3º ano da Escola Parque, que quer estudar Engenharia na UFRJ.
Há quem tente driblar a falta de relógio. A estudante A., que prefere não se identificar, levou um anel em forma de coração para não perder a hora da prova do Enem em 2010. O reloginho disfarçado de joia teve um efeito psicológico para ela, que sofre de transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.
- Levei para me sentir mais segura. Não poder usar relógio acaba deixando o candidato mais nervoso. No meu caso, ajudou a controlar o tempo da redação. No edital, dizia que não podia relógio, mas não falava nada de anel - defende-se a estudante.
- Além disso, na minha sala, havia várias pessoas com relógio, e os fiscais nem reclamaram.
INEP DIZ QUE NÃO CABE AOS CANDIDATOS MONITORAR TEMPOSegundo o Inep, toda sala terá um marcador de tempo feito de papel com etiquetas retiráveis. Fixados em lugar visível, na frente dos participantes, a cada hora o aplicador irá retirar uma etiqueta e ficará visível quanto tempo faltará para o término da prova. Quando faltarem 30 minutos para o final do exame, o aplicador deverá anunciar em voz alta e lembrar que não haverá tempo adicional para o preenchimento do cartão resposta e da folha de redação. Ainda de acordo com o Inep, não compete aos candidatos monitorar o horário da prova.
A professora de Língua Portuguesa do CAp-UFRJ Vera Lucia Barbosa critica a falta de igualdade de condições nos diferentes locais de prova, já que em algumas salas há relógios de parede, e em outras não. De acordo com o professora, controlar o tempo é fundamental para fazer uma prova com tranquilidade.
- Poder monitorar o tempo por um relógio é totalmente diferente de saber que passou uma ou duas horas. O cronológico e o psicológico se confundem durante esse exame exaustivo. A dica é respirar fundo e não perder tempo nas questões em que se têm dificuldade. No domingo, é recomendável começar pela redação, pois os estudantes estarão com a cabeça mais fresca.
Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/educacao/mais-de-5-milhoes-de-candidatos-terao-10-horas-para-fazer-180-questoes-uma-redacao-no-exame-do-enem-2858374.html#ixzz1bTq8sZgt
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