
Um homem armado com uma faca assaltou uma estudante dentro do banheiro do Campus Itaperi, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), por volta das 11h desta quarta-feira, 22. De acordo com a Polícia Militar (PM), a ocorrência registrada pela Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops) relata que o assaltante levou o celular e a bolsa da vítima.
Segundo o Relações Públicas da PM, major Andrade, a Polícia recebeu uma solicitação de assalto na Uece, porém, quando chegou ao local não encontrou a vítima, nem a solicitante. Ainda de acordo com o major, uma mulher identificada apenas como “Tamires” teria feito a denúncia.
Professores e alunos reclamam da falta de segurança
A professora do curso de Pedagogia da Uece (Campus Itaperi), Raquel Dias, relata que por falta de segurança aulas do turno da noite terminam mais cedo. "O problema da segurança é corriqueiro na Universidade. O Campus (Itaperi) tem uma extensão muito grande e segurança que existe lá é muito precária. Alguns blocos e salas ficam bastante isolados, em locais escuros, e a gente é obrigada a terminar a aula mais cedo. Aulas que deveriam terminar 22h15 terminam 21h30. É raro algum professor passar desse horário", diz Raquel Dias.
O professor do curso de Administração da Uece (Campus Itaperi), Epitácio Macário, ressalta que a segurança melhorou nos últimos dois anos, mas acredita que ela deveria ser reforçada. "Temos a sensação de insegurança, porque a partir das 21h a Universidade fica deserta. Poucas pessoas fazem a segurança no Campus, embora ações de furtos e assaltos tenham diminuído. Há dois anos, houve um período muito intenso de ocorrências de assaltos", conta Macário.
Samuel Ramalho concluiu a graduação no curso de Enfermagem, da Uece, no semestre passado. Ele conta que vai fazer um mestrado na área de Cuidados Clínicos na Universidade em 2014, mas espera melhorias na segurança. "Sentimos-nos inseguros, porque não vemos policiais”. "Quando acontece algo, não sabemos a quem recorrer. Dizem que têm agentes disfarçados, mas como vamos saber quem é segurança ou não para pedir ajuda?", questiona o estudante.
Opinião do reitor da Universidade Estadual do Ceará
O POVO Online conversou com o reitor da Uece, professor Jackson Sampaio, que adiantou duas medidas emergenciais para tentar resolver o problema de segurança no Campus. "Marcamos para amanhã uma reunião com a guarda patrimonial e a guarda privada para discutirmos uma redistribuição do efetivo onde as pessoas mais precisam dentro do Campus. Além disso, vamos disponibilizar telefones de emergências para os alunos ligarem, ao invés de ficarem sem saber para onde se dirigir".
O reitor afirma que o número do efetivo da segurança patrimonial é menor que o necessário. Segundo ele, o aumento do número de profissionais da segurança privada está nos planos da Universidade. "Temos a segurança privada, que faz a segurança pessoal em casos de roubo de carro e pessoa. A empresa privada que faz o serviço foi licitada e contratada. Estamos esperando terminar o contrato para fazermos uma nova licitação, na qual queremos solicitar um aumento no efetivo".
De acordo com Jackson Sampaio, obras em andamento no Campus deixam a Universidade mais vulnerável a ações criminosas. "Estamos vivendo um período de vulnerabilidade, pois estamos construindo um muro na Uece, onde antes só tinha cerca de arame farpado. Além disso, criam-se frestas para os pedreiros circularem enquanto estão rebocando o muro. Temos aberturas em algumas obras no Campus que ficam de frente para ruas. Uma UPA e o Hospital Veterinário estão sendo construídos na Uece. Janeiro é um período do ano que não tem aluno, é um mês de planejamento e projetos de novas ações. Porém, por conta da greve, estamos em um período de reposição de aulas".
Volta às aulas
Os estudantes da Uece voltaram as atividades na última segunda-feira, 20, depois de 78 dias sem aulas. Os professores da Universidade reunidos em assembleia decidiram no dia 16 de janeiro pelo fim imediato da greve. Foram 154 votos favoráveis e uma abstenção.
Fonte: O Povo
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