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terça-feira, 29 de setembro de 2020

Prefeito que teve campanha financiada por fraude contra idosos quer ser reeleito

Após uma investigação minuciosa da Polícia Judiciária e do Ministério Público Estadual, uma verdadeira quadrilha de estelionatários foi desmontada na Prefeitura do Município de Pentecoste (a 88Km de Fortaleza), tendo como principais mentores do grupo criminoso o próprio prefeito, a primeira-dama, o presidente da Câmara Municipal e outras pessoas. Mesmo assim, o prefeito que continua sendo processado, desafia as autoridades e se candidata à reeleição se aproveitando de decisão judicial que libera os “fichas sujas” para o Pleito de 2020.

O prefeito João Bosco Pessoa Tabosa, sua mulher e primeira-dama do Município, Maria Clemilda Pinho de Sousa; e a ouvidora do Município, Maria Clara Rodrigues Pinho (irmã da primeira –dama), de acordo com as investigações do MP, são os chefes de uma quadrilha que desviou cerca de R$ 300 mil das contas bancárias de idosos da cidade (aposentados) e com este dinheiro bancou a campanha do prefeito em 2016, quando ele acabou sendo eleito.

Através de provas documentais e quebra dos sigilos telefônico e fiscal, ficou provado que a quadrilha agia em parceria com o presidente da Câmara Municipal de Pentecoste, vereador Pedro Hermano Pinho Cardoso (sobrinho do prefeito), dois funcionários da agência do Banco do Brasil de Pentecoste, identificados como Igor de Castro e Silva Marinho e José Elierto Correia. A quadrilha era completada, ainda, por um casal de golpistas identificado como Maria da Conceição Domingos Sousa e Moisés da Silva Gomes.

Golpistas

Maria da Conceição era a “ponta-de-lança” da quadrilha e chegava a agir dentro da agência bancária, forjando está “ajudando” os aposentados nos saques e outras operações bancárias nos caixas eletrônicos. Ganhou a confiança dos idosos e passou a praticar o crime de invasão de conta, contraindo empréstimos nas contas das vítimas e desviando o dinheiro que, mais tarde, iria financiar a campanha do atual prefeito.

A estelionatária, com a ajuda do marido, contraiu empréstimos consignados e adiantamento do 13º salário e realizou centenas de saques das contas dos idosos sem a devida autorização. O dinheiro roubado dos aposentados ia parar diretamente no financiamento da campanha do prefeito, como restou provado nas investigações do MP.

No andamento da investigação, e atendendo a um pedido do Ministério Público, a Justiça afastou a primeira-dama e o presidente da Câmara Municipal de seus cargos pelo período de 180 dias, assim como a ouvidora do município. Em outubro de 1018, O prefeito que comandava a quadrilha teve seus bens seqüestrados e os oito implicados tiveram quebrados o sigilo bancário, numa investigação aprofundada e que contou com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e com o apoio da Polícia Civil.

Em abril do ano passado, no desdobramento da “Operação Caixa 2”, o presidente da Câmara de Pentecoste, a ouvidora do Município e a Primeira-Dama foram presos. As duas mulheres (irmãs) e o vereador foram trazidos para Fortaleza e recolhidos à cadeia, numa operação comandada pelo promotor de Justiça de Pentecoste, Jairo Pereira Pequeno Neto, que comandou também toda a investigação. As prisões foram decretadas pelo juiz de Direito, Caio Lima Barroso.

Com uma “ficha suja”, tido pelas autoridades como chefe de uma quadrilha organizada e de ter tido sua campanha eleitoral financiada com o dinheiro do crime, o atual prefeito, numa atitude de afronta à Justiça, ao Ministério Público e à própria população de Pentecoste, agora se apresenta como candidato à reeleição.

Fonte: Blog do Jornalista Fernando Ribeiro

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