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terça-feira, 5 de maio de 2015

Vandalismo gera prejuízo de R$ 500 mil ao Ceará e Fortaleza

Fortaleza e Ceará terão que arcar com os prejuízos na final do Estadual, como 1.580 cadeiras quebradas

Um saldo de 1.580 cadeiras quebradas e um prejuízo que pode chegar a 500 mil reais para Fortaleza e Ceará. Este é o saldo divulgado pela Luarenas, empresa que administra o estádio Castelão, após os lamentáveis atos de vandalismo das duas torcidas após a final do Campeonato Cearense, no último domingo.

Por um acordo firmado pela administradora do estádio, a Secretaria de Esportes do Estado (Sesporte) e os dois clubes, os prejuízos ao equipamento Castelão, são de exclusividade deles e que a secretaria aguarda uma vistoria própria dos clubes para contestarem ou não os números apresentados.
Uma vistoria da Secretaria de Esporte do Estado, realizada ontem à tarde no Castelão, contabilizou prejuízo de mais de R$ 500 mil aos clubes
FOTO: NATINHO RODRIGUES
Só após uma vistoria individual de cada clube, de Fortaleza e Ceará, será possível informar qual o prejuízo de cada um, pela localização de suas torcidas na praça esportiva.

Além das 1.580 cadeiras quebradas, duas portas roladas de quiosques, quatro portarias móveis do alambrado e seis TV's foram danificados.

O secretário de esportes do Estado, Jeová Mota, concedeu entrevista coletiva em seu gabinete para anunciar os números. "A nossa vistoria identificou um grande número de cadeiras quebradas,1.580, além de outros danos, situação que todos lamentamos. Os clubes serão notificados dos prejuízos e após as vistorias realizadas por cada um, Fortaleza e Ceará, os valores poderão ser diferenciados. Nossa vistoria foi geral no estádio".

Jeová acredita que medidas precisam ser tomadas para que ações como estas não se repitam no futebol cearense, como um local determinado para as torcidas organizadas, ou mesmo a readequação do setor inferior do estádio, para não permitir invasões de torcedores.

"Precisamos nos reunir com clubes e torcidas organizadas para que atos como estes sejam evitados. O torcedor precisa ter educação para assistir uma partida de futebol. Pelo ocorrido, temos que pensar em um local para as organizadas, como também, porque não, repensar o acesso ao campo pelo setor inferior do Castelão".

Identificação

O secretário de Esportes garantiu que os torcedores que invadiram o gramado e causaram tumultos podem ser identificados pelas câmeras de segurança do Castelão.

"As imagens estão aqui (mostrando um DVD). Enviaremos a quem solicitar. Eu não vi as imagens, mas já estou enviando para a Polícia Civil, que solicitou até então as imagens, mas enviaremos para o Ministério Público e TJDF também".

Embora tenham sido quebradas mais de 1.500 cadeiras no Castelão, além de portas, quiosques e gradis, o secretário de esporte do Estado, Jeová Mota, garante que o estádio não será interditado, e assim, o jogo entre Fortaleza e Coritiba, amanhã, pela 2ª Fase da Copa do Brasil, está mantido para o local.

"O Castelão está apto a receber jogos, mesmo com as 1.500 cadeiras quebradas. A capacidade é de pouco mais de 63 mil e a torcida pode se acomodar sem problemas. A decisão do uso do espaço cabe ao clube. A gente disponibiliza o estádio para o jogo. O Castelão está pronto para quarta-feira", assegurou ele.

Como o Fortaleza costuma liberar o setor inferior para determinados jogos, como é o caso do de quarta-feira - e a grande parte da cadeiras quebradas está no setor superior - o jogo não correu risco de ser modificado de local.

Segundo o secretário, já há uma preocupação para jogos futuros, seja da Copa do Brasil, Série B, no caso do Ceará, e Série C, por parte do Fortaleza.

"Precisamos melhorar as condições para o torcedor. Os fatos de ontem (domingo) nos dão a certeza de que precisamos fazer algo e pensar nos jogos futuros na Arena Castelão, como as Séries B e C. Queremos dar garantia ao torcedor, às famílias, para que voltem a frequentar o estádio".

Surpresa

Para Jeová, o jogo anterior entre Ceará e Bahia, quatro dias antes, na quarta-feira, dia 29 de abril, quando não houve invasão de torcedores na comemoração do título alvinegro da Copa do Nordeste, indicava que todo correria sem problemas na partida desse domingo, 03.

"Como na quarta-feira ocorreu tudo bem na comemoração do título do Ceará, acreditávamos com não haveria problema, com todo efetivo policial e ainda os 260 profissionais de segurança particular do clube mandante. Mas como foi um jogo de duas torcidas, com rivalidade, ocorreu este fato lamentável. Quando há o confronto de times locais é que está acontecendo isso. Houve a preocupação de divisão nas arquibancadas, mas não se imaginava algo assim".

MP vai investigar briga de torcidas

O Ministério Público do Ceará, através do Núcleo do Desporto e Defesa do Torcedor (Nudetor), vai instaurar um procedimento investigatório criminal para analisar as cenas de violência, que ocorreram na final do Cearense entre Ceará e Fortaleza, do último domingo (3), no Castelão.

Segundo o procurador de justiça e coordenador do Nudetor, José Wilson Sales, o objetivo é identificar os torcedores que praticaram o ato de vandalismo dentro da praça esportiva.

"Em reunião realizada ontem a tarde, decidimos investigar a briga de torcidas que ocorreu no estádio. Já temos imagens da TV e também das redes sociais. Vamos analisar o material e identificar os responsáveis pela violência e entrar com processo" disse o procurador de justiça.

Saiba mais

Punição

Pela invasão de campo de suas torcidas, Fortaleza e Ceará poderão ser punidos com a perda de até dez mandos de campo e receberem uma multa de até R$ 100 mil devido aos incidentes no Castelão. Na súmula da partida, o árbitro Péricles Bassols relatou a invasão de campo das duas torcidas, independente de mando de campo.

Coletivos

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) contabilizou o total de 20 veículos danificados pelos torcedores que foram ao Castelão, no último domingo. Os ônibus tiveram vidros quebrados, portas danificadas, entrada de ar arrancada, para-brisas quebrados e câmeras internas danificadas o que obrigou as empresas a retirarem os veículos de circulação.

Vladimir Marques
Repórter
Diário do Nordeste

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