Insegurança e falta de empregos são as principais queixas dos moradores.
Quando se aproxima o período eleitoral municipal, é comum ouvir carros de sons com jingles de candidatos pelas ruas. Mais do que isso, as ruas aparecem com uma nova estrutura de asfalto. Algumas áreas recebem limpeza, o que faz com que os moradores tenham uma sensação de bem estar no bairro.
Em Fortaleza, o bairro Conjunto Palmeiras tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de Fortaleza, com pontuação de 0,119. Contrastando com esse resultado está o bairro Meireles, que tem o melhor IDH da cidade: de 0,953. A classificação é pontuada de 0 a 1. Os dados são do Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010.
O Tribuna do Ceará foi até o bairro Conjunto Palmeiras para saber a opinião dos moradores sobre as mudanças que o período eleitoral proporciona. Entre as queixas, os moradores reclamam da maquiagem no bairro, enquanto áreas como saneamento básico, segurança e emprego são deixadas de lado. “Nas partes mais afastadas, a situação tá precária. Não tem saneamento. Quando chove fica horrível, a água entra dentro de casa”, afirma a moradora Raquel Barbosa.
Ela também reclama da falta de emprego. Apesar de já ter procurado no próprio bairro e no Sistema Nacional de Emprego (Sine), está desempregada há dois anos. Em busca de uma oportunidade, só conseguiu um emprego temporário de divulgação em uma campanha política. “Pra você ver, agora as eleições aparece. Até a associação do bairro que a gente procura e nunca tem ninguém aparece nessas horas (sic)”, critica.
Entre as iniciativas que apoia no bairro, ela cita o Banco Palmas que facilita a vida dos moradores, evitando que eles se desloquem até o centro da cidade para resolver assuntos burocráticos bancários. “Claro que não dá pra resolver tudo aqui, mas já ajuda muito. Eu adoro o Banco Palmas. Precisa de mais coisas assim, que olhem pra gente. Porque na minha rua mesmo, tem uma creche e uma escola, mas não tem asfalto. Quando chove então, complica tudo”, lamenta.
Há quem reconheça as melhorias que o período eleitoral proporciona, como a moradora Jordana de Almeida, mas a cobrança vem em seguida. “Agora é que melhorou um pouco, tão passando pista. Mas tem que melhorar mais”, argumenta.
A promotora de vendas Cícera de Sousa não mora no Conjunto Palmeiras, mas frequenta o bairro com o filho e relata sua insegurança ao andar pelas ruas. “Precisa de mais policiamento, fiscalização do Detran e maior lazer para as crianças”, dispara. Ela explica que, durante os finais de semana, muitas pessoas dirigem alcoolizadas e as vias se tornam perigosas. Como anda acompanhada do filho, de 8 anos, ela cobra pela preservação das praças e uma vistoria da polícia. “As praças que tem são frequentadas por marginais. Não tem como você pegar seu filho e levar para uma pracinha onde as pessoas usam droga, estão armados, onde pode chegar um rival”, reclama.
Incentivo ao desenvolvimento
Uma lei foi aprovada em julho deste ano na Câmara Municipal de Fortaleza estabelece que empresas que se instalem em áreas de menor IDH de Fortaleza receberão incentivos fiscais. O objetivo é desconcentrar a instalação de empresas. A lei permite também um desconto de 40% no ITBI e de 10% a 60% no IPTU, dependendo da área construída.
Atualmente, Fortaleza possui 119 bairros, sendo 90 deles com baixo IDH. O Índice de Desenvolvimento Humano é formulado de acordo com a renda, educação e expectativa de vida da população local.
Os dez melhores IDH de Fortaleza são: Meireles, Aldeota, Dionísio Torres, Mucuripe, Guararapes, Cocó, Praia de Iracema, Varjota, Fátima e Joaquim Távora. Já os piores são: Conjunto Palmeiras, Parque Presidente Vargas, Canidezinho, Genibaú, Siqueira, Praia do Futuro II, Planalto Ayrton Senna, Granja Lisboa, Jangurussu e Aeroporto.
Fonte: Tribuna do Ceará
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