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quinta-feira, 17 de abril de 2014

Greve da PM deixa rastro de medo e violência em Salvador.

Saques, arrombamentos, homicídios, roubos de veículo e outros crimes foram registrados. Força Nacional de Segurança foi acionada
O comércio foi um dos setores mais atingidos pelo movimento militar no Estado. Estabelecimentos foram atacados mesmo de portas fechadas

Lojas do Centro e da periferia de Salvador saqueadas, grandes redes de eletrodomésticos e supermercados arrombados, frota reduzida de ônibus nas ruas e escolas e faculdades sem aulas. A decisão da Polícia Militar da Bahia de entrar em greve por tempo indeterminado mudou a rotina da da população na manhã de ontem. 

O pequeno comércio também foi alvo dos bandidos. Na avenida Miguel Calmon, uma das mais movimentadas do Centro antigo da capital baiana, um estabelecimento da operadora de telefonia celular Claro foi arrombado.

O mesmo aconteceu com uma loja de videogames da região, saqueada e destruída na madrugada. O proprietário da loja lamentou os prejuízos e disse que cogita fechar definitivamente o ponto que estava sem seguro.

Entre 5 horas de terça-feira e 5 de ontem, a Secretaria de Segurança Pública do Estado registrou quatro homicídios, 10 veículos roubados e um furtado na Região Metropolitana de Salvador.

A assessoria de comunicação do órgão informou que faltavam dados precisos sobre saques e arrombamentos, pois os funcionários da Polícia Civil, órgão responsável pela organização dos dados, estavam com as atividades paralisadas hoje.

Além dos saques, o comércio da capital baiana teve casos também de lojas que fecharam as portas se prevenindo de assaltos. Isso ocorreu com a maior parte dos comerciantes do Centro.

O Shopping Lapa, um dos principais complexos comerciais da região, preparou um forte esquema de segurança privado. O estabelecimento fechou seus portões para controlar o acesso do público. Escolas e faculdades liberaram os alunos das aulas.

A maior parte da frota de ônibus da capital baiana também deixou de circular pela manhã, deixando os pontos de transportes coletivos lotados de passageiros. Vans de circulação ilegal e mototaxistas supriam a demanda por transporte.

Os estudantes Ruy Peterson e Felipe Santos, ambos de 16 anos de idade, chegaram às 6 horas num ponto de ônibus no bairro de Plataforma, Subúrbio Ferroviário, e esperaram duas horas até conseguirem embarcar. Ao chegarem ao bairro da Mouraria, Centro de Salvador, por volta das 9 horas, a escola técnica onde estudam estava fechada. “Foi viagem perdida. Devíamos ter ficado em casa”, disse Felipe.

O vendedor de peixe Gilson Santana, de 40 anos, que foi ao Centro comprar mercadorias, estava havia uma hora no ponto dos coletivos sem conseguir voltar para casa. Mas afirmou que considera justa a mobilização dos policiais: “A gente se sente inseguro, mas acho que eles estão no direito deles porque ganham muito pouco”, afirmou. 

Exército nas ruasA presidente autorizou, segundo o governador, o envio de 4.000 homens do Exército e da Força Nacional para a capital baiana. O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) criticou o movimento e disse que é “claramente inconstitucional”

A Bahia tem um histórico de complicações com paralisações de polícias desde a década passada. Duas delas foram em 2001, quando a greve parou Salvador, e 2012, com 12 dias de braços cruzados e o registro de mais de uma centena de homicídios no período. (das agências de notícias)

Saiba mais

A proposta do governo contempla a separação do Corpo de Bombeiros do resto da corporação, redução do tempo mínimo para promoção dos policiais e redução do tempo de serviço para 25 anos no caso de policiais mulheres. Também ofereceu 7% de reajuste para cabos e soldados.

Os policiais, contudo, apontam a ausência, no projeto, de um prazo máximo para progressão de carreira. Criticam ainda a determinação de 120 dias sem salário para casos de suspensões administrativas.

Wagner disse ter conversado duas vezes com a presidente Dilma Rousseff sobre a situação. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deverá ir a Salvador hoje para acompanhar a atuação da Força Nacional.

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Joaquim Barbosa, também foi acionado pelo governador.

Fonte: O Povo

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