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sábado, 4 de fevereiro de 2023

Seis dicas para não errar na hora de usar a crase

O uso correto da crase parece grego para muita gente. O acento que indica a fusão de duas vogais idênticas – a preposição “a” com o artigo feminino “a” – provoca dúvidas em grande parte dos brasileiros. Isso porque, para usá-lo corretamente, é preciso entender as situações em que a norma se aplica.

Conheça algumas regras e dicas que ajudam a desmistificar o uso deste sinal tão polêmico:

1. A regra mais básica da crase é que ela só deve ser utilizada diante de palavras femininas - afinal, só utilizamos o artigo "a" na frente de nomes femininos, correto? Um truque comumente empregado para verificar se existe crase é substituir o substantivo feminino por um substantivo masculino, observando se ocorre ou não a contração “ao”.

Por exemplo: "Vou a padaria" ou "Vou à padaria"? Se trocarmos "padaria" por "supermercado", diremos "Vou ao supermercado". Neste caso, portanto, a opção correta é a craseada. Claro que existem exceções, mas esta dica ajuda a eliminar uma boa parte das dúvidas.

2. Deve-se empregar a crase antes de locuções que indiquem hora. Por exemplo: “Tenho uma reunião às 15h”; “Minha aula começa às 8h”; “Estarei aí, às 21h”. Contudo, é preciso estar atento: nas situações em que as horas aparecem antecedidas das preposições “para”, “desde” e “até”. Neste caso, não há necessidade da preposição "a", portanto, não existe crase. Veja: “Marcamos a reunião para as 20h”; “Estou aqui desde as 11h”; “Não se preocupe, estarei na empresa até as 21h”.

3. A crase é opcional antes de pronomes possessivos femininos, como “minha”, “tua”, “nossa”, etc. Portanto, tanto faz escrever: “Voltei à minha cidade” ou “Voltei a minha cidade”. Outra situação em que é possível utilizar ou não o acento é antes de nomes próprios. Por exemplo: “Eduardo fez um pedido a Mônica” ou “Eduardo fez um pedido à Mônica”. No entanto, em textos formais, não utilizamos artigo definido na frente de nomes próprios - portanto, é correto dizer "Fiz referência a Simone de Beauvoir", mas não devemos escrever "Fiz referência à Simone de Beauvoir".

4. No caso de nomes de lugares, em caso de dúvida, basta inserir o substantivo em uma frase que utilize as preposições "em" ou "de", e verifique se ocorrem as contrações "na" ou "da". Por exemplo: "Vou a Bahia" ou "Vou à Bahia"? Mudando a frase, vemos que dizemos "Sou da Bahia", e não "Sou de Bahia" - ou seja, utilizamos sempre o artigo "a" antes do substantivo "Bahia", portanto, há crase.

Posso então escrever "Vou à Pernambuco"? A resposta é não! Dizemos "Estou em Pernambuco", não "Estou na Pernambuco". Portanto, o correto é "Vou a Pernambuco", sem crase.

5. De modo geral, não se utiliza a crase antes de substantivos masculinos. A única exceção cabe quando as locuções “à moda de” e “à maneira de” estão subentendidas: "Compor uma canção à Chico Buarque" significa compor à maneira, ao estilo de Chico Buarque.

6. Nem sempre a crase é apenas preposição + artigo: também é possível unir a preposição "a" com os pronomes demonstrativos "aquele", "aquela", etc., formando "àquele", "àquela" e afins. Por exemplo: "Entregue o envelope àquele funcionário"; "Refiro-me àquelas alunas que ainda não entregaram o trabalho".

Viu? Não é tão difícil usar a crase! Fique atento para sempre aplicar a norma corretamente e escrever seus textos, artigos e/ou monografia sem medo de errar.

Por Uninassau

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