Na última quinta-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu uma entrevista ao site da revista Veja, abordando os recentes depoimentos prestados à Polícia Federal. Bolsonaro afirmou estar sendo alvo de “perseguição” e declarou não existirem fundamentos para sua prisão.
Durante a entrevista, Bolsonaro discutiu as investigações relacionadas às joias provenientes da Arábia Saudita e à suposta fraude nos cartões de vacinação contra a Covid-19. O ex-presidente também abordou o tenente-coronel Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens, enfatizando que nunca teve razões para desconfiar dele.
Quando questionado sobre a possibilidade de se sentir preso por ter prestado três depoimentos após retornar ao Brasil, Bolsonaro respondeu que está sendo alvo de uma perseguição que não esperava ocorrer dessa forma. Ele citou o vazamento quase imediato de seu depoimento à Polícia Federal na última terça-feira (16), demonstrando insatisfação com a situação.
“O pessoal está vindo para cima de mim com lupa. Eu esperava perseguição, mas não dessa maneira. Na terça-feira, nem tinha deixado o prédio da PF ainda e a cópia do meu depoimento já estava na televisão. É um esculacho. Todo o meu entorno é monitorado desde 2021. Quebraram os sigilos do coronel Cid para quê? Para chegar a mim”, ressaltou Bolsonaro.
Quando questionado se teme ser preso, o ex-presidente afirmou que “não há motivos para isso”. No entanto, ele mencionou o caso recente da ex-presidente boliviana Jeanine Áñez, condenada a 10 anos de prisão por supostamente ter promovido um golpe de Estado para derrubar o então presidente Evo Morales. Bolsonaro destacou que, para haver justificativa para sua prisão, seria necessário que ele tivesse feito pelo menos 10% do que o ex-presidente Lula fez, ressaltando que ele não cometeu nenhum crime.
Bolsonaro também abordou o caso das joias recebidas da Arábia Saudita, alegando que não houve nada feito às escondidas, mas dentro da legalidade. Ele admitiu que pode ter havido um “excesso de iniciativa” para resolver a questão e explicou que acionou o tenente-coronel Cid para recuperar as joias ao tomar conhecimento do assunto. Segundo ele, havia um ofício do Ministério de Minas e Energia buscando recuperar as joias na Receita Federal, evidenciando a transparência no processo.
Em relação à investigação da Operação Venire, da Polícia Federal, sobre a inserção de seus dados em cartões de vacinação, Bolsonaro afirmou não ter qualquer envolvimento na situação e denunciou uma possível parcialidade na apuração do caso. Ele mencionou a ausência de investigação sobre uma fraude ocorrida em 2021, na qual alguém teria usado.
(Folha do Estado)
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