O áudio da câmera de segurança da portaria do prédio em Copacabana onde trabalhava o porteiro José Jailton de Araújo, morto no dia 7 de agosto, mostra uma parte do diálogo entre o assassino e a vítima. O homem, que ainda não foi identificado, pediu as chaves de uma sala, ao mesmo tempo em que o ameaçava de morte.
Assassino: “Cadê a chave da sala de reunião?”
José Jailton: “Não tem sala de reunião”.
Assassino: “Cadê a chave da sala de reunião?”
José Jailton: “Não tem não, cara. Não tem não, filho. Não tem não, cara”.
Assassino: “Bora! Cadê a sala de reunião?”
José Jailton: “Não tem sala de reunião nenhuma”.
Assassino: “Vai morrer! Aqui, está achando que eu estou mentindo”.
José Jailton: “Não tem nada, não”.
O assassino ainda liga para alguém para dizer que o porteiro afirmou que não tem uma sala de reunião no edifício.
Assassino: “Alô. Ele está falando que não tem nada não. Está falando que aqui não tem sala de reunião, não”.
Depois, o criminoso insiste.
"Vou te matar agora. Cadê a chave?”, disse o bandido.
Logo depois da discussão, o bandido e o porteiro começaram uma briga em frente a sala da portaria. José Jailton foi baleado e morreu na hora. O criminoso levou os celulares do porteiro e um aparelho do condomínio. Ele fugiu.
A família do porteiro pensa em voltar para o Nordeste. Os parentes, nascidos na Paraíba, cogitam voltar ao estado natal depois da morte de Jailson pelo falso entregador.
“A gente pediu até que avaliassem a possibilidade de vir embora. A viúva também é do Nordeste, não está trabalhando, então está avaliando a possibilidade de voltar”, disse o irmão do porteiro, José Nivaldo.
Jailton era o caçula de uma família de nove irmãos, e há pelo menos 20 anos trabalhava no prédio do Centro.
“Jailton estava com 48 anos de idade. Foi para o Rio com 22. Passou mais ou menos 20 anos trabalhando nesse mesmo prédio”, lembra o irmão do porteiro.
Suspeito levou dois celulares
A polícia ainda tenta identificar e localizar o homem que matou Jailton, e levou os celulares do porteiro e o aparelho que pertencia ao condomínio. As câmeras de segurança mostram com nitidez o rosto do assaltante.
A filha de Jailton deveria começar a estudar no início de agosto. Foi aprovada no curso de letras na Universidade Federal do Rio, a UFRJ. Mas, abalada com a morte do pai, ela não conseguiu começar os estudos.
O caso
O porteiro José Jailton de Araújo, de 48 anos, foi morto por um ladrão que fingia ser entregador durante um assalto a um prédio no Centro do Rio de Janeiro. O porteiro chegou a reagir e a lutar com o criminoso, mas acabou baleado.
O episódio foi no dia 7 de agosto, na Rua Carlos de Carvalho, e todo o crime foi gravado por câmeras de segurança.
O bandido rende José Jailton com uma arma. Ele pega chaves do prédio e faz perguntas à vítima — a principal linha de investigação da polícia é que o criminoso pretendia roubar algum apartamento. O ladrão faz ameaças e dá um tapa no rosto do porteiro.
Depois de falar ao telefone, ele agride mais uma vez José Jailton, que então reage e tenta pegar a arma do bandido.
A luta corporal dura alguns segundos, até que o criminoso atira contra o porteiro, que morre na hora. Depois, o assassino junta as coisas, volta na sala, pega celulares e foge.
A Delegacia de Homicídios investiga o caso como latrocínio, que é o roubo seguido de morte.
G1
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