O administrador cearense Vladson Chaves, que estava a passeio em Israel com a esposo e uma amiga quando teve início o ataque do grupo extremista islâmico Hamas, conseguiu nesta terça-feira (10) um voo comercial para deixar o país. Ele viaja para Lisboa, em Portugal, de onde deve tomar outro voo para Fortaleza.
Vladson não estava na lista dos primeiros brasileiros que devem embarcar hoje no primeiro voo de resgate a Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo o cearense, a previsão é que eles pudessem pegar um voo da FAB previsto para a quarta-feira (11), no entanto, o medo de um novo ataque fez com que o administrador procurasse sair do país por conta da própria.
"A gente veio para o aeroporto para tentar pegar o voo [...]. Nós estamos na lista do voo de amanhã [da FAB], a embaixada entrou em contato com a gente, pegou todos os dados. De qualquer forma, a gente está tentando sair hoje. Mas é um clima de tensão por conta dessa ameaça de ataque", disse Vladson ao g1, antes de receber a confirmação do embarque.
Vladson, o esposo e a amiga estavam hospedados em Tel Aviv, a maior cidade de Israel, onde está localizado o aeroporto internacional Ben Gurion, porta de entrada para o território israelense.
Eles embarcaram no Ben Gurion às 17 horas, no horário local, rumo a Portugal. Na quarta-feira (11), após chegar a Lisboa, os três vão pegar um novo voo, desta vez para voltar à capital cearense, onde moram. "Temos pressa de sair, todos tensos", explicou.
Em Tel Aviv, a hospedagem do cearense ficava próxima ao ponto onde os brasileiros estão sendo recolhidos, em ônibus, para o voo da FAB. Duas mulheres com quem Vladson fugiu durante os ataques conseguiram lugar neste primeiro voo enviado pelo governo brasileiro.
"Duas moças já estão indo hoje, uma de Brasília e outra de Blumenau, nos demos apoio o tempo que pudemos ficar juntos, nos abrigamos no mesmo bunker no momento dos ataques de sábado a noite. Era confortante ter alguém do lado com seu jeito, sua cultura, sua língua pra poder se abraçar e dar forças uns aos outros", contou o administrador.
No sábado (7), Vladson, o esposo e a amiga estavam a caminhado de Jerusalém quando foram surpreendidos pelos mísseis disparados pelo Hamas.
"Nossa intenção era chegar até o Mar Morto, saiu um ônibus de Tel Aviv até Jerusalém. E quando chegamos a Jerusalém e estranhamos porque estava tudo muito parado. Aí de repente a sirene foi disparada e tivemos que descer do ônibus e pediram para nos abaixar porque Jerusalém estava sendo atacada", disse.
Ataque a Israel
No último sábado, o grupo extremista islâmico armado Hamas bombardeou Israel em um ataque surpresa considerado um dos maiores sofridos pelo país nos últimos anos. Em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou estado de guerra.
O conflito, que chega ao quarto dia nesta terça-feira (10), provocou a morte de ao menos 1770 pessoas em Israel e na Faixa de Gaza. O governo israelense também afirmou que encontrou mais de 1.500 corpos de militantes do Hamas no território do país, o que elevaria o número de mortos para 3.270.
O cearense disse que ouviu a sirene e viu os mísseis sendo lançados e outros antecipados pelo governo de Israel.
"Quando nós retornamos para Tel Aviv, tocou novamente a sirene e, quando eu olhei para o céu, era pavoroso. Muitos mísseis sendo lançados e alguns interceptados. Atravessamos a rua correndo e ficamos debaixo de um estacionamento. Ficamos o dia todo na naquela expectativa."
Após o susto em Jerusalém, Vladson Chaves retornou para Tel Aviv e passou a noite em um abrigo subterrâneo. Segundo o administrador, o clima melhorou aos poucos na cidade. "As coisas aos poucos vão se normalizando. Podemos dizer que um novo normal. Mas passamos por um aperto grande", afirmou.
G1 Ceará
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