O governo Lula detalhou os programas e ações que sofrerão cortes orçamentários como parte do esforço para reduzir os gastos públicos em 2025. Entre os setores afetados estão áreas sensíveis como o combate ao tráfico de drogas e o enfrentamento ao crime organizado.
A medida integra o plano do Executivo para economizar R$ 31,3 bilhões e equilibrar as contas públicas no próximo ano. Os dados foram divulgados em portaria publicada no Diário Oficial da União, que apresenta os valores contingenciados em cada ministério.
Os recursos destinados a políticas de segurança pública, em especial às ações de repressão ao tráfico de drogas e facções criminosas, sofreram redução. Embora o detalhamento completo do impacto nos programas específicos ainda não tenha sido disponibilizado, a medida preocupa especialistas e integrantes da área de segurança, que veem o corte como potencial retrocesso no enfrentamento ao crime organizado.
“Não é um corte neutro. A repressão ao tráfico depende de continuidade e investimento. Reduzir os recursos agora pode comprometer ações estruturadas, especialmente em áreas de fronteira”, afirmou um técnico da área de segurança ouvido pela reportagem, sob condição de anonimato.
Os ministérios mais afetados foram os das Cidades (R$ 4,288 bilhões), Defesa (R$ 2,593 bilhões), Saúde (R$ 2,366 bilhões), Desenvolvimento e Assistência Social (R$ 2,123 bilhões) e Transportes (R$ 1,487 bilhão). Parte dos cortes na Defesa e em áreas vinculadas à Justiça impactam operações conjuntas com a Polícia Federal e programas de inteligência e monitoramento de rotas do tráfico.
Além da segurança pública, programas sociais também foram atingidos. O Farmácia Popular teve corte de R$ 226,8 milhões, enquanto ações de atenção básica à saúde, como atendimento ambulatorial e saúde bucal, perderam R$ 183 milhões e R$ 194 milhões, respectivamente.
A decisão de congelar despesas havia sido anunciada no fim de maio, mas só nesta quarta o governo apresentou o detalhamento por pasta e programa. O Ministério da Fazenda alega que a medida é necessária para o cumprimento do novo arcabouço fiscal e para preservar o equilíbrio macroeconômico.
(Hora Brasília)
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