A Gerdau, maior produtora de aço do Brasil e 33ª no ranking mundial, anunciou a demissão de 1.500 funcionários e a interrupção de investimentos no país, conforme divulgado nesta sexta-feira (1º de agosto de 2025). A empresa atribui as medidas drásticas ao aumento expressivo das importações de aço, especialmente da China, que alcançaram uma penetração de 23,4% no mercado brasileiro. Segundo o CEO Gustavo Werneck, a falta de ações efetivas do governo para conter a entrada de aço importado a preços considerados predatórios está comprometendo a competitividade da indústria nacional, forçando a companhia a reduzir custos e reavaliar sua operação no Brasil.
A situação reflete um cenário de dificuldades para o setor siderúrgico brasileiro, que enfrenta uma concorrência desleal devido ao baixo custo do aço chinês, que inundou o mercado com preços abaixo da produção local. Em 2023, as importações de aço no Brasil já haviam crescido entre 40% e 42%, segundo a Aço Brasil, resultando em uma queda de 8,9% na produção nacional no primeiro semestre daquele ano. A Gerdau, que já havia suspendido temporariamente os contratos de 600 trabalhadores e paralisado operações em unidades como a de Ceará, alerta que, sem medidas como a imposição de uma tarifa de 25% sobre importações, o setor pode perder até 15.000 empregos.
Diante do cenário, a Gerdau também expressou frustração com a condução das negociações comerciais pelo governo brasileiro, especialmente em meio às tensões com os Estados Unidos, que elevaram tarifas sobre aço importado. A empresa, que mantém 39% de suas vendas no mercado norte-americano, considera redirecionar investimentos para outros países, como o México, onde planeja expandir a produção de aços especiais. A decisão da companhia acende um alerta sobre os impactos das políticas comerciais globais e a necessidade urgente de proteção à indústria nacional para evitar mais perdas econômicas e sociais.
Fonte: Space Liberdade
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