A família do detento Domingos de Sousa Bezerra, 24, morto na madrugada de segunda-feira (23), durante o resgate do preso Francisco Clerton do Carmo, 23, o “Diabo Loiro”, foi orientada, nesta tarde, pelo advogado Fernando Férrrer, da Comissão dos Direitos Humanos da OAB-CE, a entrar com ação de reparação indenizatória contra o Estado.
A irmã de criação do detento, Jaqueline Cardoso de Almeida diz que quer Justiça. Ela tinha em mãos laudos comprovando que ele tinha distúrbios mentais e já houve depoimento, da própria vítima do estupro, inocentando-o. A família é de Acopiara.
Domingos estava detido há sete meses no 30º Distrito Policial, no Conjunto São Cristóvão, pela acusação de ter cometido um estupro em 2000, em Acopiara. Contra ele, havia um mandado de prisão expedido pela 2ª Vara da Comarca do município. A denúncia de que Domingos teria cometido o estupro partiu de uma vizinha da vítima. “Logo que soubemos da prisão de Domingos, tomamos um susto, pois não sabíamos o motivo”, disse.
De acordo com a irmã, a luta para provar que Domingos era inocente começou após sua prisão. Ela disse que esteve no Fórum e na delegacia e ninguém deu ouvidos a defesa da família, e que sua luta por último era para transferi-lo para Acopiara. “Ele morreu e não conseguimos”. Ela reafirma a inocência dele no crime e destaca:”Isso só acontecui por sermos negro e pobre”.
O advogado Fernando Ferrer explicou que o preso não tinha sido transferido porque faltava veículo e que Domingos era para estar no Manicômio e não no 30º DP. O titular do 30º DP, Sílvio Rego Moreira informou que, ao assumir a delegacia, Domingos já estava na unidade há três meses. O delegado argumentou que até a Justiça solicitar exame de sanidade mental do preso, em abril, ele não sabia da suspeita de que o detento tinha transtornos mentais.
O preso foi encaminhado ao hospital Otávio Lobo, onde faria o exame, mas, segundo o delegado, a unidade alegou que não teria condições de realizar o procedimento, pois a documentação estaria incompleta. “Estávamos dependendo do retorno da Justiça para encaminharmos, novamente, o preso ao hospital, quando aconteceu o fato”.
A reportagem completa na edição desta quinta-feira (26) do jornal Alerta Geral, a partir das 07 hrs.
(Da redação com informações de Lindomar Rodrigues)