As ações do setor bancário recuaram em bloco nesta terça-feira (19), pressionadas pela escalada da tensão entre Brasil e Estados Unidos. A reprecificação dos papéis de Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Bradesco, Santander e BTG Pactual causou perdas que, somadas, chegam a R$ 40,1 bilhões em valor de mercado apenas neste pregão.
O movimento foi impulsionado após a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino de que leis e ordens judiciais estrangeiras não têm validade imediata no Brasil. A determinação foi interpretada como uma menção indireta à Lei Magnitsky, aplicada contra o ministro do STF Alexandre de Moraes, que o proíbe de ter contas e investimentos em instituições financeiras que atuem no mercado americano.
Itaú Unibanco perdeu R$ 15,6 bilhões, com o valor de mercado chegando a R$ 369,7 bilhões; Banco do Brasil, por sua vez, perdeu R$ 7,0 bilhões, com o valor de mercado encerrando em R$ 113,8 bilhões. BTG Pactual viu o valor de mercado recuar R$ 7,0 bilhões, para R$ 165,9 bilhões. Bradesco teve queda de R$ 5,9 bilhões, chegando a R$ 154,8 bilhões em valor de mercado, enquanto Santander registrou uma perda de R$ 4,7 bilhões, para R$ 97,6 bilhões no fim do dia de hoje.
No fim do pregão, as units do BTG (BPAC11) recuaram 3,48%, a R$ 43,50. As ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) caíram 6,03%, a R$ 19,80. Já as ações PN do Bradesco (BBDC4) cederam 3,43%, a R$ 15,70. Da mesma forma, as PN do Itaú Unibanco (ITUB4) fecharam em baixa de 3,05%, a R$ 36,31, e as units do Santander (SANB11) tiveram queda 4,88%, a R$ 25,94.
Ontem à noite, Washington afirmou que nenhum tribunal estrangeiro pode anular sanções impostas pelos EUA e voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes. A dinâmica traz incertezas aos mercados e aumenta a aversão a risco na sessão, em especial em ações de bancos.
O sócio-fundador e gestor de renda variável da Persevera, Fernando Fontoura, afirma que o tema já o preocupava há semanas. Para ele, a interpretação do mercado é que a decisão de Dino mantém a tora de colisão. “Começa a preocupar porque Donald Trump não tem motivo para recuar, e o STF não tem dado sinais de que irá ceder”, observa o executivo.
Fonte: Valor Econômico
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