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segunda-feira, 8 de junho de 2015

A ressurreição dos mortos na estatística do Ceará


Em artigo enviado ao Blog (Eliomar de Lima), o deputado federal Vitor Valim (PMDB) questiona a metodologia nos números da estatística de homicídios no Estado. Confira:

Dona Neuza da Silva ainda lembra do beijo na testa que recebeu do filho Ozanir Bernardo, no final de abril. Minutos após o gesto de carinho, o rapaz estava morto em frente à sua residência, no bairro Pirambu, com vários tiros pelo corpo.
Naquele mesmo mês, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social comemorou o número de 1.085 mortes violentas intencionais no primeiro trimestre do ano, ao acreditar em uma redução de 13,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Nos dois meses que se seguiram, nova comemoração, apesar de mais algumas centenas de homicídios no Estado.
Tão cruel quanto a dor de quase duas mil famílias que perderam seus entes, somente este ano, é a tentativa de uma falsa sensação de segurança e combate ao número de homicídios no Ceará, diante de uma metodologia equivocada por parte do órgão de segurança competente.
Diferente aos índices de uma retomada de emprego com carteira assinada, por exemplo, quando pessoas que perderam suas atividades podem voltar ao mercado de trabalho, os mortos na estatística da SSPDS não retornam à vida.
Em um comparativo a grosso modo, é como se as vítimas de homicídios fossem palitos em uma caixa de fósforos, quando cada unidade riscada não volta a acender. No universo de uma única caixa de 40 palitos, não é correto afirmar que há uma redução no consumo de palitos na medida em que a caixa se esvazia. Tal “redução” é uma consequência da baixa oferta, diante do próprio uso. Também não é correto afirmar que há uma redução no índice, somente pelo número de palitos usados. Pois, se 10 palitos são usados em um universo de 40 (25% do total), 8 palitos posteriores equivalem mais que os 10 usados anteriormente, por representarem 26,6% do total.
Índices de homicídios ou mortos em guerras podem ser comparados em diferentes épocas, levando-se em consideração, claro, as populações de cada momento na história. Mortos de uma mesma geração devem ser somados. E não utilizados como números de uma mesma época, como forma de maquiar suas próprias desventuras.
A memória de milhares de cearenses agradece.

1 comentários:

Esses caras que estão a frente da secretaria de segurança tão de brincadeira com o povo.

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