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segunda-feira, 10 de setembro de 2018

ADVOGADO DO AGRESSOR DE BOLSONARO DIZ TER SIDO CONTRATADO POR RELIGIOSO DA IGREJA TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

Um dos quatro advogados de defesa do agressor de Jair Bolsonaro (PSL) atuou em casos de grande repercussão, como o do goleiro Bruno e da missionária americana Dorothy Stang. O criminalista Zanone Manuel de Oliveira Junior afirmou que não conhecia Adélio Bispo de Oliveira, autor do ataque com uma faca durante evento de campanha em Juiz de Fora (MG), e que foi contratado por um religioso de Montes Claros.

“Uma pessoa ligada à igreja dos testemunhas de Jeová de Montes Claros me telefonou na quinta pedindo para eu pegar o caso”, disse o advogado.

Segundo ele, esse colaborador pediu anonimato e já pagou os trabalhos da defesa realizados até agora em Juiz de Fora. Ele não revelou valores.

“(Essa pessoa) conhecia o Adélio. Acho que fez por filantropia, acredite se quiser”, afirmou.

Zanone Junior e outros três defensores – Pedro Augusto de Lima Felipe e Possa, Fernando Costa Oliveira Magalhães e Marcelo Manoel da Costa – estiveram presentes na audiência de custódia realizada pela Justiça de Juiz de Fora ontem.
Durante a sessão, a juíza Patrícia Alencar Teixeira de Carvalho converteu a prisão de Adélio Oliveira de flagrante para preventiva. Em seu parecer, ela afirma que o próprio acusado admitiu sua participação no delito, sustentando motivação religiosa e divergência de opinião do plano político defendido por Bolsonaro.

Para justificar como o colaborador anônimo chegou até ele, o advogado Zanone Junior disse que é bastante conhecido na região de Montes Claros. Afirmou ser professor universitário e palestrante em cursinhos de preparo para concursos públicos. E afirmou que, como especialista em casos de homicídio, completou 1.038 juris na semana passada.

Até hoje, Zanone Junior atua no caso do goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar a modelo Eliza Samudio, sua ex-amante. Zanone defende o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado pelo assassinato. O advogado também atuou na defesa de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, apontado como um dos mandantes da missionária americana Dorothy Stang.

Parentes de Adélio Oliveira em Montes Claros passaram a sexta-feira tentando estabelecer algum tipo de contato com os advogados. Eles sequer sabiam quem eram os defensores, tampouco como a defesa está sendo conduzida. A expectativa era de que os advogados pleiteassem uma transferência para uma unidade prisional mais próxima da cidade da família para dar algum suporte emocional ao acusado.

Fonte: Blog do BG

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