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quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Escrivã da Polícia Civil que salvou torcedores de agressão recebe elogio do Delegado Geral do Ceará

“Eu te chamei aqui para agradecer pelo seu ato de bravura, porque apesar de estar de folga, sozinha e principalmente por estar gestante, você fez exatamente o que jurou fazer, defender a sociedade acima de tudo. Então restam só elogios a sua pessoa”, com essas palavras, o delegado geral da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), Marcus Rattacaso, agradeceu, em um encontro, na manhã dessa terça-feira (6), à escrivã Tárgilla Bié Brito, em nome da instituição, pelo ato de bravura ao salvar dois torcedores, pai e filho, de uma agressão cometida por diversos homens. A ação ocorreu, no último domingo (4), no bairro Serrinha, em Fortaleza.

Tárgilla Brito é escrivã de Polícia Civil há pouco mais de um ano, e apesar da pouca idade, 25 anos, ela já foi guarda municipal de Fortaleza durante três anos. Tárgilla está grávida de cinco meses da sua primeira filha: a Cecília. E foi justamente pensando como mãe, que ela resolveu agir encerrando as agressões contra as vítimas. “Na hora que eu vi, eu pensei logo que matariam o rapaz e que poderia ser uma mãe chorando a perda de um filho. O adolescente que estava na garupa da moto e foi arrastado estava levando muitos chutes na cabeça. Eu sabia que se não fizesse nada, talvez aquele torcedor tivesse morrido ou até estivesse em coma, e teria uma mãe chorando junto com ele”, disse ela.

A escrivã, atualmente lotada na Delegacia Metropolitana de Horizonte, passava pelo local com seu esposo quando se deparou com a situação. Ela relembrou como tudo ocorreu. “Eu estava passando quando observei um grupo de torcedores que se aproximava. Quando eu olhei para o lado, uns rapazes chutaram a moto de um senhor que estava com a camisa do Ceará. A moto desequilibrou e caiu no canteiro central, foi quando um monte de gente foi para cima, tanto do senhor que pilotava quanto do adolescente. Eu imediatamente pensei que iriam matá-los. Foi quando eu saquei a arma e dei o primeiro disparo para cima, de advertência. Alguns se dispersaram, mas outros continuaram com as agressões. Então tive o ímpeto de correr e falei para parar. Foi quando dei o segundo disparo, mesmo assim, continuaram agredindo. Quando virei e atirei a terceira vez, um dos agressores chegou a reclamar que eu não poderia atirar nele e fez a menção de voltar. Nessa hora eu aponto a arma e grito que sou ‘polícia’, foi quando todos fugiram”, relembra Tárgilla.

A escrivã contou ainda que no primeiro momento não percebeu que as vítimas tratavam de pai e filho. Ela disse que ouviu o adolescente chamar pelo pai, mas achou que poderia ser pelo fato de estar atordoado. “Na hora que parou, eu ouvi ele gritando ‘pai, pai’, foi quando a outra vítima se aproximou”.

Aos ser questionada sobre o que gostaria de falar para as pessoas que ajudou, Tárgilla manda um recado: “agradeçam a Deus pelo livramento. Talvez as orações da mãe do adolescente em casa, pedindo para proteger, foi o que me colocou lá na hora”. Ela ainda afirmou que se fosse preciso, faria tudo novamente. “Eu faria tudo outra vez, mesmo me colocando em risco. Vou ser mãe, e me pergunto: Se fosse um filho meu? Ou até mesmo se fosse algum familiar meu que estivesse na situação e tivesse alguém lá podendo ajudar e não tivesse feito, eu me sentiria muito mal. Eu jurei defender as pessoas”, finaliza ela.

Ainda na terça-feira (6), após a conversa entre Tárgilla e Marcus Rattacaso, uma portaria do gabinete do delegado geral, com um elogio ressaltando a bravura e o destemor da servidora, foi encaminhada para o Departamento de Gestão de Pessoas (DGP) da PCCE para registro nos assentamentos funcionais de Tárgilla e publicação no Diário Oficial do Estado.

(Polícia Civil / CE)

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