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terça-feira, 17 de setembro de 2019

Ceará apresenta grave quadro na saúde mental de seus agentes da Segurança Pública, com mil licenças médicas/ano

A saúde mental dos agentes da Segurança Pública do Ceará é preocupante. A falta de atendimento e acompanhamento psiquiátrico e psicológico dos policiais que atuam diariamente com a violência das ruas tem levado a situações nefastas, desde o afastamento do serviço ao quadro de depressão e deste para o suicídio. Somente neste ano, entre os meses de janeiro e agosto, nada menos que 840 PMs precisaram entrar em Licença Para Tratamento de Saúde (LTS) por apresentarem transtornos psíquicos.

Os dados são ainda piores se contados os anos a partir de 2015, conforme registros obtidos pela Associação dos Praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (Aspramece). Entre janeiro de 2015 e agosto de 2019, nada menos, que 5.188 policiais militares foram afastados do serviço por conta de apresentarem transtornos mentais, que vão desde crise de ansiedade a depressão.

A média, portanto, é de mil policiais que todos os anos precisam deixar a farda em casa e sair em busca de atendimento psicológico. Muitos não encontram guarida e acabam entrando em caminhos sem volta, como o estado depressivo que leva ao suicídio. Neste ano, diversos casos foram registrados no Ceará. Um deles, o caso de um capitão da PM que suicidou dentro do Palácio da Abolição após ser comunicado de que estaria desligado do efetivo da PM junto à Casa Militar do Governo.

Suicídios na tropa

No dia 23 de janeiro, após sair de uma reunião entre os oficiais e o novo comando da Casa Militar, o capitão PM José Henrique Monteiro Brito (capitão Brito), seguiu até o Pavilhão Nacional, sacou a pistola de calibre Ponto 40 (.40) da Corporação, e disparou um tiro na cabeça. Brito foi socorrido pelos colegas de farda para o Instituto Doutor José Frota (IJF-Centro), mas não resistiu.

Na madrugada de segunda-feira de Carnaval (dia 4 de março), uma tragédia familiar: o sargento PM Álisson Carlos Lima da Silva (sargento Álisson), matou a esposa a tiros e em seguida suicidou-se em uma CSA de praia na cidade de Paracuru, no Litoral Oeste do estado (a 100Km de Fortaleza)

No dia 24 de fevereiro, foi a vez do soldado Francisco Igor da Silva, 24 anos, integrante do Batalhão Raio, suicidar-se na cidade de Camocim (a 373Km de Fortaleza) após sofrer uma desilusão amorosa.

Aumentou

Casos como os narrados acima são apenas exemplos dos constantes casos de suicídios entre membros da Polícia Militar. De acordo com os levantamentos da Aspramece, entre os anos de 2011 e 2018, 18 suicídios foram registrados entre integrantes da PM cearense.

A Assessoria de Assistência Biopsicossocial da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), revela que somente neste ano, já foram realizados 861 atendimentos a servidores do órgão que apresentaram algum tipo de alteração psicológica ou mental.

Na comparação deste ano, entre janeiro e agosto, com 840 Licenças Para Tratamento de Saúde (LTS), com igual período ano passado (com 761 casos), o aumento de afastamentos chega a 10.3 por cento.

(Blog do Fernando Ribeiro)

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