No Brasil do Supremo Tribunal Federal, pichar a estátua da Justiça virou crime mais grave que roubar bilhões. A cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, que ousou rabiscar um "perdeu, mané" na musa de mármore da Praça dos Três Poderes, acaba de ser premiada com 14 anos de cadeia — um feito que faria inveja a corruptos de colarinho branco, que, aliás, costumam sair livres, leves e soltos das sessões do mesmo STF. Enquanto estupradores, traficantes e delinquentes VIPs desfilam por aí assinando termo de comparecimento, uma cabeleireira — que nem golpeou, nem liderou exército algum — foi transformada em "terrorista" por sujar uma estátua que, convenhamos, já viu dias piores. Alexandre de Moraes, com apoio entusiasmado de Flávio Dino e Cármen Lúcia, garantiu que a tinta spray fosse punida como se fosse bazuca. No Brasil da toga dourada, a tinta pichada na Justiça pesa mais que toneladas de lama jogadas na democracia todos os dias. Se o objetivo era mostrar que a estátua é sagrada, parabéns: a santa mármore agora virou símbolo de um Judiciário que perdeu a mão — e a noção.
Portal do César Wagner
1 comentários:
Essa justiça não representa os cidadãos de bem
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