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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Cientistas desmistificam o conceito de QI: não existe um elemento que quantifique a inteligência humana


Após analisar dados de milhares de pessoas, grupo de cientistas conclui que não existe um elemento que quantifique por si só a inteligência humana, que é multifatorial. O conceito de QI -quociente intelectual- é, paradoxalmente, um dos mais elogiados e ao mesmo tempo mais questionados, um termo que supostamente reduziu a inteligência humana a uma escala quantificável e que, por isto mesmo, é considerada insuficiente e inclusive injusta na medida em que pretende padronizar uma das qualidades mais heterogêneas e protéicas do ser humano.

Recentemente um grupo de cientistas realizou um estudo, publicado na revista Neuron onde concluíram que, efetivamente, a inteligência não pode ser medida a partir de um teste de QI e os exames associados a este. Adrian M. Owen, Adam Hampshire e Roger Highfield lançaram uma convocação aberta pela Internet para que voluntários resolvessem 12 exames cognitivos disponíveis on-line, os quais analisavam a memória, o razoamento, a atenção e a habilidade de planejamento voluntário. Paralelamente este devia responder uma pesquisa sobre seu estilo de vida e seus hábitos.

Para a surpresa dos pesquisadores, milhares de pessoas de todas as idades, culturas e credos responderam ao chamado, com os qual os cientistas tiveram a sua disposição muitos mais dados dos que esperavam inicialmente.

Com esta informação em mãos, Owen e companhia descobriram que na ampla classe de habilidades cognitivas exploradas, não há nenhum componente que reflita por si só a inteligência de uma pessoa, isto é, esta se explica por meio da combinação de diversos elementos, entre os quais ao menos três são imprescindíveis: a memória em curto prazo, o razoamento e o componente verbal, mas igualmente devem ser levados em conta fatores como a idade, o gênero ou alguns tão circunstanciais como o gosto pelos videogames ou o hábito do tabagismo, que também influem no funcionamento cerebral. Os gamemaníacos parecem ter melhor razoamento e memória em curto prazo, e os fumantes uma capacidade verbal e mnemônica diminuídas.

Os testes de QI foram objeto de críticas desde a sua criação no início do século XX. Para seus detratores, os testes de inteligência eram considerados algo como o Esquadrão da Morte Psicológico, que buscava um poder sem paralelo sobre o futuro de uma criança. O maior deles, o jornalista Walter Lippmann, dizia odiar a insolência que existia por trás da afirmação de que cinquenta minutos poderiam julgar e determinar a aptidão predestinada de um ser humano para toda a vida.

- "Odeio esta sensação de superioridade que ela cria, e a sensação de inferioridade que ela impõe". Lippmann e Lewis Terman discutiram tanto o mérito do teste que só faltou que chegassem as vias de fato.

Agora, cem anos depois, a tão respeitada ideia de QI parece que não sobreviverá por muito tempo nos esforços por hierarquizar as pessoas de acordo com sua inteligência. Ao menos não somente desta maneira.



Fonte: Science Daily.

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