O propagandista Jota Sobrinho, de 52 anos, é dono de um carro que não passa despercebido em Itapipoca. Com tantos acessórios, nem mais parece mais um carro
Há 12 anos o carro ganha novos acessórios a cada dia (FOTO: Nilson Fagata/TV Jangadeiro)
O propagandista Jota Sobrinho, de 52 anos, é dono de um automóvel que não passa despercebido. Morador de Itapipoca, a 147 quilômetros de Fortaleza, o inventor há 12 anos passou a adicionar alguns acessoriozinhos a uma Belina, modelo 1982. O que o carro se transformou nem pode ser chamado mais de carro.
“Isso é uma mistura de sucata, de museu, de doidice e de criatividade. Começou sem querer. Fui dormir um dia bem e amanheci louco, querendo mudar o carro”, brinca. Segundo disse, os primeiros acessórios foram as luzes diferenciadas na lateral do automóvel.
O carro, mais conhecido como “Jubiraca”, tem mais de 3,5 mil acessórios, incluindo moedas, ferro de passar brasa, celular antigo, chupeta para criança, guitarra, discos de vinil, esculturas, troféu, panela, pinico, caixão, berrante, teclado de computador, buzina exótica e até umacabeça de cachorro feita com esporão de arraia. E ele revela que toda semana adiciona uma novidade à Belina tão amada. “Ainda falta muita coisa para colocar no carro. Quando cai uma, eu boto logo duas”, assegura.
Dentro do carro tem de tudo (FOTO: Nilson Fagata/TV Jangadeiro)
Os milhares de acessórios acabam impedindo um pouco a visão dos outros carros nas ruas. O vidro traseiro é repleto de apetrechos. Na parte interna do veículo só cabem duas pessoas. “É feito apenas para mim, porque nos bancos de trás têm mais pertences. Quanto à visibilidade, osretrovisores laterais, de ônibus, ajudam a ver até o céu”, brinca.
“A Jubiraca é o meu hobby”, confidencia, acrescentando não saber o motivo da escolha do nome. “Eu ouvi alguém falar e gostei do nome, agora significa muito mais, pode ter certeza”. Sobrinho estima que tenha gastado cerca de R$ 40 mil para equipar o carro, com acessórios comprados e às vezes doados por amigos.
Mas, segundo afirma, o carro não está à venda. Já dispensou, inclusive, uma oferta de R$ 75 mil e até a participação em um programa de TV para reformar o carro. “Eu não vendo e nem restauro. Ela tem um valor simbólico, principalmente para quem gosta de coisas antigas”.
Para agregar valor, a Jubiraca não circula todos os dias pelo município. Aparece somente de meses em meses. Afinal, se todos os dias trafegasse pelas ruas da cidade, qual seria a graça? “Ela só sai da garagem nos momentos de lazer. Se for todo dia, o pessoal se aborrece. Então eu passo uns três meses sem sair. Aí quando me perguntam: ‘cadê a Jubiraca?’, eu digo: ‘daqui a uns dias ela aparece”, dá a dica.
Belina 1982 se transformou em uma Jubiraca (FOTO: Nilson Fagata/TV Jangadeiro)
Quando ela surge nas vias da cidade, a animação dos moradores é grande. Muitos vão para as calçadas com o objetivo de admirar o carro. Os turistas a consideram uma atração do município. E os passeios do veículo não se restringem apenas a Itapipoca. A “Jubiraca” trafega em outras cidades cearenses, como Cascavel e Fortim.
Nos bastidores, há informações de que o veículo poderá virar patrimônio histórico de Itapipoca e até cidadão de Maracanaú. Quem sabe um dia isso realmente aconteça. “No início, me chamaram de doido, mas o que importa é fazer o que gosta. O resto é o resto”.
Fonte: Tribuna do Ceará
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