Dos 22 integrantes da família de Silvia Santos da Silva, 14 deles têm seis dedos nas mãos e pés. Por isso, eles eram o símbolo da busca da seleção brasileira pelo hexacampeonato na cidade onde vive a maioria deles, em Águas Claras, no Distrito Federal. Com a eliminação do Brasil diante da Croácia nesta sexta-feira na Copa do Catar , a torcida pela sexta conquista terá de esperar até 2026.
Após o jogo, a funcionária pública de 60 anos estava indignada com a derrota nos pênaltis, principalmente com o técnico Tite. “Cometemos muitos erros na escalação”, afirmou a torcedora. Desde que o Brasil conquistou o penta, em 2002, a brincadeira dos seis dedos como um amuleto se tornou constante nas Copas. Na época da Copa, eles são conhecidos como a Família Hexa. “Nós já somos hexa. O Brasil precisa correr atrás da conquista dele”, brinca.
A cada jogo, a família se reúne para degustar um prato apreciado pelo rival brasileiro. Nesta sexta-feira, diante da Croácia, o prato foi um ensopado de carne bem temperado chamado goulash. E já existiam projeções para a final, que teria uma feijoada. Todos os planos foram adiados com o fracasso do time de Tite.
A mutação genética que leva uma pessoa a nascer com dedos a mais é chamada polidactilia. Nesta família, diferente mesmo é quem nasce com cinco dedos e não com seis. A alteração é encarada com naturalidade e até bom humor. Quando vão fazer o exame de ultrassom de um novo parente, a primeira pergunta é sobre a quantidade de dedos. Depois é que questionam sobre o sexo.
“Aqui em casa, quem tem cinco dedos é quem tem complexo. Funciona ao contrário”, explica Silvia. “Tenho três filhos, e só o mais velho (Eduardo) é que não tem seis dedos. Quando levei minha filha (Ana Carolina) para tirar os dedos do pé, porque era difícil colocar sandália, Dudu pediu para guardá-los para colocar na mãozinha dele. Ele tinha cinco anos e se sentia excluído”.
(Estadão Conteúdo)
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