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segunda-feira, 5 de agosto de 2024

Rebelião de mais de 20 presos no Ceará: secretaria e sindicato divergem sobre acontecimentos

O princípio de rebelião na Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto, a CPPL II ou UP2, em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, na noite do último sábado (3), teve divergências nas informações da Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará (SAP) e do Sindicato dos Policiais Penais do Ceará (Sindppen-CE).

Houve feridos entre os policiais?

Enquanto a SAP afirma que nenhum policial ficou ferido na tentativa de fuga de 22 detentos, o Sindicato diz que três agentes foram lesionados pelos presos da unidade, inclusive, alguns foram mantidos reféns.

"Ao realizar o seu trabalho, o policial penal foi golpeado com um 'mata-leão' e a utilização de arma improvisada 'cossoco'. Na ocasião, só havia um policial realizando a 'tranca' de internos no piso superior, situação ocasionada pelo baixo efetivo que é continuadamente denunciado pela entidade sindical", disse o sindicato dos policiais penais.

Como a rebelião começou?

A discordância das entidades também se mantém em relação ao início da rebelião. Conforme a Secretaria, houve uma tentativa de fuga, mas a ação foi frustrada graças à resposta dos agentes, que controlaram a situação com técnica e uso controlado da força, como previsto em lei.

"Durante o confronto, um interno foi baleado e levado ao hospital para exames de corpo e delito. A SAP reitera que não houve fuga em massa e que todos os infratores responderão administrativamente e criminalmente pelos seus atos", disse a SAP.

Já o Sindicato, trouxe mais detalhes do ocorrido, relatando que detentos montaram uma emboscada para render um policial, atingido por um golpe conhecido como "mata-leão" e ameaçado com uma arma artesanal.

Os presidiários estavam armados?

Outra discordância nas informações é o fato da SAP não citar sobre os detentos estarem ou não armados, enquanto o Sindicato falou que além da arma artesanal, os internos estavam em posse de uma arma de fogo e algemas, utilizadas contra os policiais penais.

"Foi observado que, além dos cossocos, havia uma pistola e algemas em posse dos internos. O policial foi amordaçado e mais de 20 presos desceram do andar superior, rendendo, com armas direcionadas às cabeças, mais dois policiais", diz outro trecho da nota do Sindicato.

Sindicato diz que policiais foram furtados

A SAP também não mencionou sobre os furtos feitos pelos detentos enquanto mantinham os policiais reféns, versão relatada pela entidade sindical.

"Com a rendição dos policiais, foram furtados, armas e coletes, além das chaves da unidade. Com os três policiais sendo usados como escudos, os presos prosseguiram com o objetivo de fuga da unidade. Ao subirem o muro, foram avistados por um policial que realizava a vigilância da muralha e houve troca de tiros. A ação dos policiais evitou uma fuga maior de presos", falou o Sindicato.

De acordo com o Sindppen, os policiais rendidos pelos presos apresentaram lesões e escoriações pelo, além do dano psicológico.

"Os policiais foram soltos e, em seguida, os demais policiais penais da unidade e com o apoio de outros policiais penais do Sistema retomaram o controle da unidade e foram indicadas as buscas que seguiram durante a noite. [...] Após procedimentos locais, eles foram levados para o hospital", afirmou a entidade.

Secretário tranquilizou população

Nas primeiras horas de domingo (4), o secretário de Administração Penitenciária, Mauro Albuquerque, publicou um vídeo nas redes sociais ressaltando que nenhum detento conseguiu sair do presídio e tranquilizou a população.

"Não fugiu ninguém da UP2. Foi uma tentativa de fuga, 22 internos. Os policiais colocaram eles para correr de volta, um preso foi baleado, está no hospital, fora de perigo", disse Mauro Albuquerque.

G1 Ceará

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