RIO - O Grupo Pão de Açúcar foi a segunda empresa que mais perdeu valor de mercado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) desde a segunda-feira, só perdendo para a Telemar Norte Leste (TMAR5), operadora de telefonia. Segundo cálculos feitos pelo GLOBO com base na consultoria Economatica, a empresa de Abilio Diniz perdeu R$ 983 milhões nos últimos dois dias (passando de R$ 17,12 bilhões para R$ 16,12 bilhões), em meio ao imbróglio com o grupo varejista francês Casino, que entrou com pedido de arbitragem internacional contra a família Diniz, com quem divide o controle da maior varejista do Brasil. As ações caíram 5,75% desde o dia 30 de maio.
O Casino quer mais informações quanto a uma possível negociação de fusão com o rival Carrefour às escondidas, afirmando que uma abordagem do tipo desrespeitaria o acordo existente entre ambos. O economista-chefe da Agência Austin Rating, Alex Agostini, observa que o movimento de queda já era esperado:
- Os investidores ficam bastante preocupados com o desfecho dessa situação. Mas acredito que o papel se recupere depois desta tempestade, pois é um setor que está em alta no Brasil.
Nesta quarta, o Bradesco divulgou seu portfólio com os papéis recomendados para junho, substituindo as ações PN do Pão de Açúcar pelas ordinárias da Cielo. A mudança levou a carteira a ser integrada pelos papéis ON da Anhanguera, Cetip, Cielo, Drogasil, Fleury, Hypermarcas, Localiza, OGX Petróleo e Tractebel, e pelas ações PN da TIM Participações.
"Vemos um cenário negativo para as ações em junho, em função dos problemas pendentes na Europa, das preocupações relacionadas à recuperação americana e da falta de boas notícias no front inflacionário no Brasil", destaca o Bradesco.
Em maio, o portfólio do Bradesco teve queda de 4,3%, diante de uma baixa de 2,3% do Ibovespa no período.
O Globo
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