RIO - A delegada que prendeu os 21 torcedores do Fluminense acusados de agredir e assaltar dois vascaínos no sábado passado vai receber da chefe de Polícia Civil, a delegada Martha Rocha, a Medalha da Fidelidade, uma das maiores honrarias concedidas pela corporação. Martha Rocha teria gostado muito da ação da delegada-adjunta da 24ª DP (Piedade), Cristiane Carvalho de Almeida, que deteve os suspeitos por lesão corporal, formação de quadrilha e corrupção de menores, sendo que três deles também responderão por roubo.
— A decisão da doutora Cristiane foi louvável. Agora estamos olhando a código penal em toda a sua plenitude. (Os brigões) vão repensar e refletir. Agora é prisão em flagrante, prisão preventiva. Isso é um divisor de águas, a quebra desse paradigma da impunidade — vibrou Martha Rocha. A medalha será entregue no Dia do Policial Civil, 29 de setembro, em solenidade que deverá ser realizada na Academia de Polícia Civil Sylvio Terra (Acadepol).
Em sua reunião na quarta-feira com representantes de de torcidas organizadas dos quatro principais times do Rio (Flamengo, Fluminense, Vasco e Botafogo) junto à Federação das Torcidas Organizadas do Rio de Janeiro (FTORJ), a chefe da Polícia Civil afirmou que a prisão dos torcedores deve ser um marco na luta contra a violência nos estádios:
— Chega de impunidade! O que a delegada da 24ª DP (Piedade), Cristiane Carvalho, fez ao prender esses torcedores foi uma virada de página. Um marco que vai nortear a partir de agora o trabalho da polícia — disse Martha Rocha. — Quando tiveram (os 21 presos) que ir ao Instituto Médico-Legal (IML) fazer exame de corpo de delito para ingressar no sistema é que eles se deram conta do que estava acontecendo. A polícia está dizendo: não é mais crime de baixo potencial ofensivo. Tem soma de crimes que vai para a vara criminal. Tem prisão, tem possiblidade de prisão preventiva até o fim do processo criminal.
Já Cristiane contou que ficou bastante emocionada com a reação de mães de torcedores presos ao chegarem à delegacia e serem informadas da situação.
— Sou mãe e sei o que eles sentiram. Teve um caso em que eu e a policial que estava comigo, que já é avó, chegamos a chorar. Mas fizemos o que devia ser feito — contou.
Martha Rocha, por sua vez, mandou um recado às mães dos presos.
— Que as mães entendam que não foi um ato de capricho da polícia. Foi aaplicação efetiva da lei. E nesse sentido, a Justiça corroborou todas as decisões da Polícia Civil. As mães pode ser nossas grandes aliadas. Talvez, algumas possam notar algum comportamento inadequado dos seus filhos e pedir ajuda à polícia — disse Martha.
A delegada ainda mandou um aviso para os torcedores do Fluminense e do Corinthians que compareceram ao clássico de quarta-feira no Engenhão:
— Quero falar aos que vão ao jogo de hoje (quarta-feira): que entendam bem, que não tirem da cabeça a imagem daqueles 21 homens jovens que nos próximos meses ainda estarão encarcerados. E que, talvez, na semana passada não tivessem a noção do que poderia acontecer. Eles só se deram conta do que estava acontecendo quando embarcaram num veículo que os levaria para o sistema carcerário. Estamos avisando que vamos olhar o Código Penal com olhar macro para acabar de vez com a impunidade (nos casos de violência envolvendo torcedores)
Disque-Denúncia cria seção para receber informações de brigas de torcidas
Martha Rocha também anunciou ontem que já está em efeito uma parceria com o Disque-Denúnciapara a criação de uma pasta destinada a receber exclusivamente informações sobre o comportamento de torcidas e de torcedores. Lembrando mais uma vez da emoção das mães dos torcedores presos, a delegada pediu que elas observem o comportamento de seus filhos e, sempre que acharem necessário, peçam a ajuda da Polícia Civil ligando para o Disque-Denúncia.
Fonte: EXTRA
0 comentários:
Postar um comentário
Comente esta matéria