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sábado, 1 de dezembro de 2012

Sem pressão? O cansativo expediente dos bancários que Felipão desconhece

Rio - Luiz Felipe Scolari pediu desculpas, mas não aplacou a ira dos bancários pela declaração em sua apresentação, quando disse que, se jogador não quisesse pressão, que “fosse trabalhar no Banco do Brasil”. Principal assunto nesta sexta-feira nas agências, o técnico tocou numa ferida.

“Foi uma indignação geral. Convidamos o Felipão a trabalhar meio expediente em uma agência para ver como é”, disse Luciana Vieira, diretora-executiva do Sindicato dos Bancários do Rio e funcionária do BB desde 2002.
Classe na bronca com declaração de Felipão | Foto: Marcelo Regua / Agência O Dia

A afirmação era uma tentativa de explicar que jogadores deveriam estar preparados para a pressão pela conquista da Copa no Brasil. Só que a categoria não gostou, ainda mais com o estresse a que é submetida em meio a caixas e metas.

Se Felipão tem que vencer jogos para garantir seu cargo, os funcionários de bancos convivem com metas a alcançar para não correr o risco de demissão, em bancos privados, ou perder a comissão, nos públicos.

“Felipão precisa aprender a alcançar metas. Ele não conseguiu atingir a dele no Palmeiras. Já os bancários têm metas inatingíveis, perdem a comissão e se sentem incapazes”, atacou Rita Mota, diretora do Sindicato dos Bancários e desde 92 no BB.

Dinheiro do próprio bolso

Se as pressões são diferentes, a jornada de trabalho também é. Enquanto um bancário trabalha seis horas por dia e quase sempre faz hora extra, o técnico da Seleção tem horários mais livres. Sem treinos, Felipão tem apenas a obrigação de acompanhar jogos e participar de eventos. Em compensação, trabalha nos fins de semana e, em grandes competições, fica mais de um mês sem folga.

Se o treinador sofre com a cobrança constante dos torcedores, os bancários também são cobrados de maneira explícita e têm conflitos com clientes insatisfeitos. Além disso, correm o risco de ter de tirar dinheiro do próprio bolso para reparar problemas no fechamento do caixa. E com um salário muito inferior ao ganho por um técnico de Seleção. Felipão ainda está acertando o valor com a CBF, mas no Palmeiras recebia R$ 700 mil, enquanto o salário médio de bancários no início é de R$ 1.600.

“A nossa responsabilidade é grande. O bancário sofre, não tem hora para sair e não recebe tanto. Tem colega com depressão, problemas psicológicos”, disse Luciana.

Muita cobrança no dia a dia

Um dos grandes motivos de indignação dos bancários com as declarações de Felipão se deve ao fato do aumento dos problemas psicológicos dos funcionários da categoria em decorrência da pressão sofrida no dia a dia, principalmente em relação às metas a serem alcançadas.

Um levantamento feito pelo Sindicato dos Bancários apontou que, de cada 100 funcionários doentes, 40% tem problemas psicológicos como depressão ou síndrome do pânico. O número é considerado alto, assim como os motivos.

“O trabalho é de cortar a garganta. A pressão é exacerbada, existe o assédio moral dos bancos, ameaças... São muitos bancários com problemas psicológicos decorrentes do estresse no dia a dia”, explicou o diretor de saúde do Sindicato , Adriano Campos.

O lado psicológico tem sido a grande preocupação, mas também há outros problemas. Em um ano, três funcionários do Banco do Brasil na cidade do Rio morreram com problemas cardíacos.

“Queria ver o Felipão falar aquilo depois de trabalhar em uma agência”, completou Adriano.

Torcida pelo hexa, mas não pelo técnico

Com pressões diferentes, bancários e Felipão têm coisas em comum, como o sonho da conquista da Copa do Mundo no Brasil em 2014. Só que o técnico da Seleção parece ter perdido parte do apoio já no início de trabalho.

“Vou torcer pelo Brasil em 2014, mas não por ele. Ele podia vir bater uma bolinha um dia num banco e ver como funciona nosso trabalho”, avisou Murilo da Silva, bancário desde 81 e diretor do Sindicato.

Alguns funcionários também reclamaram e lembraram de outra declaração criticada do técnico, elogiando o ditador chileno Augusto Pinochet. Outros aproveitaram e recordaram do rebaixamento do Palmeiras para criticar Felipão.

Apesar da irritação de alguns bancários, o pedido de desculpas de Felipão na quinta-feira pôs um ponto final no assunto com o Banco do Brasil. Falta agora o treinador reconquistar os funcionários e, para isso, só mesmo com bons resultados nos jogos para mudar a opinião deles.

Via O Dia

1 comentários:

Olhaaaa a verdade...verdade... os únicos que são realmente colocados sobre pressão são os dos bancos particular. banco do brasil, caixa e outros são verdadeiros turistas bancários, pega uma fila em um destes bancos pra ver o que é bom. não existe respeito nenhum pelo cliente, a não ser se vc for um cliente com um bom saldo em conta e cheio de aplicações no banco.

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