Fortaleza é a sexta capital com maior número de homicídios.
Ex-procurador da República diz que prisão pode não ser melhor saída.
O índice de homicídios registrado em Fortaleza em 2013 é de 129 mortes para cada 100 mil habitantes, de acordo com o Centro Brasileiro de Estudos Latino Americano. Esse número coloca a capital na sexta posição entre as capitais brasileiras com maior número de homicídios. Nesta segunda-feira (25), a Ordem dos Advogados do Brasil, seção Ceará, (OAB-CE), realizou um seminário, com especialistas e autoridades da área, para discutir a segurança pública, no Ceará.
O objetivo é discutir sugestões que possam ajudar a reduzir os índices de violência na capital e no interior. "Vamos ouvir a sociedade para que possamos entender porque o Estado que mais investiu em segurança, em infraestrutura, não conseguiu reduzir os índices de violência", diz o advogado Valdetário Monteiro, presidente da OAB-CE.
Um dos convidados do seminário foi o secretário de Segurança de Pernambuco, Wilson Damázio. Lá, o Governo conseguiu reduzir o número de homicídios em 60% nos últimos seis anos. "Pernambuco desenvolveu uma política de segurança que denominamos 'Pacto pela Vida'. É uma gestão aprimorada da Segurança Pública com enfoque muito forte no enfrentamento da violência letal, principalmente homicídios e latrocínios, e também nos crimes de maior potencial ofensivo", explica.
Durante as discussões, especialistas apontaram problemas no Judiciário. Na opinião do ex-procurador geral da República Aristides Junqueira, a prisão dos criminosos pode não ser a melhor forma de coibir a violência. "A pena de prisão hoje se tornou algo muito pernicioso para a sociedade, porque é lá [na penitenciária] que está o quartel general do crime, é lá que está o comando da insegurança pública que nós sofremos aqui fora. A sociedade cada vez mais quer gente dentro da prisão e eu não sei se esse é o caminho certo", diz.
Após o Seminário, a OAB vai elaborar um documento com as propostas apresentadas pelos especialistas e autoridades. A versão final vai ser entregue ao governador Cid Gomes. O secretário de Segurança do Ceará, Servilho de Paiva, aprovou a iniciativa e defende a construção de uma proposta coletiva para a Segurança Pública. "Tudo o que venha a somar, em termos de sugestão, nós iremos avaliar e implantar, na medida do possível", diz o secretário.
G1













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