A polícia acredita que as ações tenham relação com a morte de dois presos na tarde de domingo
Ônibus incendiado durante protesto na Maraponga, na sexta-feira (FOTO: Reprodução)
Três ônibus foram incendiados no domingo (16), em Fortaleza. As ações aconteceram nos bairros Conjunto Ceará, Jardim América e Siqueira. Até o momento, ainda não foram confirmadas as motivações dos atos. A polícia acredita que as ações tenham relação com a morte de dois presos na tarde de domingo.
O primeiro atentado aconteceu no Terminal do Conjunto Ceará. Um coletivo estava estacionado do lado de fora do terminal, quando um homem – condutor de um veículo preto de modelo Polo – se aproximou e atirou pedras nos vidros do ônibus. Em seguida, lançou duas garrafas com gasolina e ateou fogo. Motorista e cobrador utilizaram um extintor de incêndio e conseguiram apagar o fogo antes que se espalhasse.
Ainda no domingo, dois homens encapuzados abordaram um coletivo na Rua Damasceno Girão, no Jardim América, mandaram o motorista descer e atearam fogo. O ônibus foi destruído pelo fogo. O ato aconteceu em frente a residências, e os moradores, impedidos de sair de casa, acabaram sofrendo intoxicação e foram encaminhados pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao hospital.
No bairro Siqueira, a poucos metros do terminal, um ônibus foi abordado por aproximadamente cinco homens armados, que obrigaram os 10 passageiros a descer e, antes que o motorista saísse, atearam fogo no veículo. Pessoas que passavam pelo local pararam para ajudar o condutor do transporte coletivo. Um homem não identificado atirou contra os suspeitos. Um deles foi baleado e encaminhado ao hospital. Os outros fugiram em uma Dublô azul.
Vandalismo na Sejus
Outro alvo de vandalismo no domingo foi a Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus). Segundo os vigilantes, um veículo Gol branco parou em frente ao prédio e dois homens armados desceram e efetuaram vários disparos contra a porta de vidro da entrada principal do prédio.
Motivações
Ainda não se sabe a motivação das ações contra os coletivos e a Sejus. A polícia acredita que as ações tenham relação com a morte de dois presos na tarde de domingo.
Na Unidade Penal Agente Luciano Andrade Lima (UPALAL), antiga CPPL I, em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza, um preso conhecido como Henrique “do Barroso”, foi encontrado morto na manhã de domingo. Ele era acusado de chefiar o tráfico de drogas no bairro Barroso.
Já na Casa de Privação Provisória de Liberdade, no Carrapicho, em Caucaia, um detento foi atingido por um disparo acidental efetuado por um policial militar durante o horário de visita.
Outro ônibus incendiado
Na sexta-feira (14), um ônibus que fazia a linha Parangaba/Parque Veras foi incendiado durante um protesto de moradores, no bairro Maraponga. Os passageiros foram obrigados a descer. Em seguida, manifestantes atearam fogo no veículo.
Esse caso específico teria sido motivado pela morte do morador Francisco Ricardo Sousa, na última quinta-feira, na Maraponga. De acordo com testemunhas, a morte do homem foi provocada por policiais militares, que serão investigados.
Nota de repúdio
O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará (Sindiônibus) enviou nota de repúdio às ações que provocaram incêndio nos quatro ônibus, sendo dois deles incendiados totalmente e dois de forma parcial.
“Não podemos admitir ações dessa natureza, que ameaçam a integridade e a vida das pessoas, agridem a patrimônio público e prejudicam a população fortalezense, em especial a parcela que tem no transporte coletivo o seu principal ou único meio de deslocamento”, afirma o Sindicato por meio de nota.
O Sindiônibus já solicitou à Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) uma reunião de emergência para apurar os responsáveis e encontrar alternativas no sentido de reforçar a segurança ao transporte coletivo de Fortaleza.
A SSPDS, por meio da Polícia Civil, informou que as investigações referentes aos ataques a ônibus e os disparos na fachada da Sejus estão centralizadas na Delegacia de Roubos e Furtos (DRF).
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