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quarta-feira, 10 de abril de 2019

Investir no jovem dará “grande impulso” ao país, diz Nobel de Química

Fraser Stoddart fez palestra na Universidade de Brasília.

O vencedor do prêmio Nobel de Química em 2016, Fraser Stoddart, 77 anos, disse hoje (9), à Agência Brasil, que o país poderia ter um “grande impulso” se investisse na criatividade latente dos jovens pesquisadores brasileiros. Em entrevista, após uma palestra aberta ao público na Universidade de Brasília (UnB), Stoddart afirmou que essa decisão política poderia renovar “em 10 a 20 anos” modelos da indústria e oportunidades em diversas áreas.
Prêmio Nobel de Química, James Fraser Stoddart

“Os políticos não deveriam pensar que é um gasto, mas um investimento em jovens brasileiros. Seriam novas indústrias, novas oportunidades em todas as áreas. Seria um grande impulso”, disse.

Para o químico norte-americano, a China deveria servir como modelo para o Brasil nesse aspecto. Segundo ele, em breve a China vai assumir a liderança global da ciência e tecnologia.

“No governo chinês, os próprios líderes já são cientistas e tecnólogos, têm o compromisso de manter uma boa quantidade de recursos [na área], o que oferece condições para que os jovens chineses vão aos Estados Unidos e à Europa fazer doutorado, e depois retornar para a China, para, quem sabe, fazer um pós-doc. A maioria volta para a China”, exemplificou.

Diante de alunos de diversos cursos superiores, reunidos em um auditório da Universidade de Brasília (UnB), nesta terça-feira (9), Stoddart recomendou que os jovens busquem ambientes “onde tenham liberdade para expressar sua criatividade”.

Naturalizado americano, Stoddart ganhou o Nobel há três anos, ao lado do francês Jean-Pierre Sauvage e do holandês Bernard Feringa, pelo desenvolvimento de máquinas moleculares. O estudo pioneiro na área permite controlar movimentos que as células realizam para realizar tarefas com a adição de energia.

O trabalho pode contribuir para a nanotecnologia, sendo utilizado, por exemplo, em materiais com capacidade de autoreparação por meio de estímulos externos. A indústria japonesa tem utilizado a criação em revestimentos traseiros de smartphones para que, no caso de um arranhão, o movimento controlado das moléculas preencham os espaços reconstruindo a superfície. Stoddart também acredita em inúmeras aplicações na química e na ciência da saúde.

O químico norte-americano, reconhecido pelo trabalho com nanoestruturas mecânicas, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da UnB.

Fonte: Agência Brasil
Tradução de Fabrício Ferreira

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