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quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Fabrício Queiroz e ex-assessores de Flávio Bolsonaro são alvo de operação no Rio

Ministério Público investiga crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.
O policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), é alvo de operação comandada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (18). Agentes estão em endereços de Queiroz no Rio e de outros ex-assessores do senador — entre eles, parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.

Queiroz é pivô de uma investigação que tem como alvo o próprio senador e outras 101 pessoas físicas e jurídicas, que tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados. A Promotoria suspeita de um esquema conhecido como "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) no período em que foi deputado estadual e manteve Queiroz como seu empregado (2007-2018). 

A prática consiste em coagir servidores a devolver parte do salário para os deputados. Estão sendo investigados crimes de peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e organização criminosa.

A apuração sobre Flávio começou em janeiro de 2018 quando o Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf) enviou espontaneamente um relatório indicando movimentação financeira atípica de Queiroz de R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Além do volume movimentado, chamou a atenção a forma com que as operações se davam: depósitos e saques em dinheiro vivo em datas próximas do pagamento de servidores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Queiroz afirmou que recebia parte dos valores dos salários dos colegas de gabinete. Ele diz que usava esse dinheiro para remunerar assessores informais de Flávio, sem o conhecimento do então deputado. A sua defesa, contudo, nunca apontou os beneficiários finais dos valores. Flávio, por sua vez, afirmava que quem devia explicações sobre a movimentação financeira era seu ex-assessor.

Desde que o caso foi revelado, Queiroz teve raras aparições públicas. De acordo com sua defesa, ele está em São Paulo desde dezembro do ano passado para o tratamento de um câncer.

A apuração ficou pouco mais de quatro meses interrompida por liminar do ministro Dias Toffoli, do STF, alegando que o Coaf não poderia compartilhar dados detalhados das movimentações bancárias — tese que foi derrotada no plenário no início do mês.

(Gauchazh)

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