Investigação da Polícia Civil cumpriu 17 mandados de busca apreensão e foram expedidos cinco mandados de prisão, com dois suspeitos sendo presos por suspeita de participação nas ameaças e em atos de hostilidade.
Investigação da Polícia Civil aponta que membros de facção criminosa usavam um grupo de WhatsApp para coordenar e executar ataques contra eleitores da candidata a prefeita de Sobral, a ex-governadora Izolda Cela (PSB), que participavam de comícios na cidade da Região Norte.
Operação da Polícia Civil do Ceará para combater ameaças a candidatos e eleitores em municípios da Região Norte, terminou com a prisão de suspeitos e a execução de mandados de busca e apreensão. As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 24.
Marcos Aurélio Elias de França, diretor da Polícia Civil no Interior Norte, explicou que a operação desta semana é desdobramento de ação anterior que resultou na prisão de um suspeito de ameaçar a candidata Izolda em uma rede social.
"Com acesso as informações do celular do elemento, devidamente deferido pelo Poder Judiciário, realizamos 17 mandados de busca e apreensão; três em presídios. Além de cinco mandados de prisão; dos cinco, dois foram executados no Ceará, outros dois alvos estão no Rio de Janeiro e seguem com mandados de prisão em aberto e um outro suspeito está foragido".
"Havia um grupo de WhatsApp criado com o objetivo específicos de atacar os eleitores da candidata que participavam de comícios. Atingir com rojões, articular como fazer ataques, a forma, o local. Extraímos essas informações do aparelho, que embasaram o pedido de prisão dos elementos", explicou.
A Polícia relatou ainda que ocorreram vários atentados a eleitores da candidata Izolda. "Inclusive, pessoas saíram feridas e acaba criando-se um clima de medo, mas com a prisão dos elementos e com essa operação de hoje, o pleito foi pacificado e as pessoas terão plena segurança de votar", projetou.
A investigação reforçou que os envolvidos atuavam tanto no planejamento quanto na execução de ataques. "É um grupo criminoso, fazem parte de um grupo de origem carioca (Comando Vermelho). Esse grupo no WhatsApp foi criado com o fim específico de agredir e evitar que pessoas participassem de comícios de Izolda", concluiu.
Marcos Aurélio, comentou ainda denúncias de que facções estariam cobrando "pedágio" para permitir que candidatos realizassem campanha em determinados locais pelo Estado e ressaltou a importância de que eventuais vítimas da prática procurem as forças de segurança.
"Estamos investigando essa situação e o que eu apelo é que quem esteja sofrendo com esse tipo de extorsão, comum a candidatos a vereador e prefeito, que denuncie. A Polícia Civil está com toda a inteligência trabalhando para combater esse tipo de crime e impedir que isso aconteça. A mensagem principal é, deixar o eleitorado e os candidatos seguros para entrar em todos os bairros e para que a campanha siga normalmente", finaliza.
Violência e eleição
A violência, rotineira no cotidiano da população nos municípios cearenses, afeta também a campanha eleitoral deste ano e tem os políticos como alvos de ataques ou ameaças até em algumas das cidades mais importantes do Estado. Autoridades são mobilizadas para apurar denúncias de ocorrências e ameaças concretas sofridas por candidatos aos cargos eletivos (prefeito e vereador) em 2024.
Candidatos a prefeito em Sobral, Caucaia e outros municípios tem relatado casos de ameaças. Na Capital um candidato a vereador fez Boletim de Ocorrência após relatar ter sido impedido de fazer campanha em determinados bairros por pessoas que se identificaram como membros de facção criminosa.
Caso Izolda
No caso de Izolda, em Sobral, um homem de 36 anos foi preso no início do mês por suspeita de integrar organização criminosa e por ameaçar a ex-governadora do Ceará e candidata à Prefeitura de Sobral.
A prisão ocorreu após os policiais receberem denúncia anônima informando que uma pessoa teria feito postagens nas redes sociais com ameaças à candidata.
O suspeito já tinha antecedentes criminais por tráfico de drogas, roubo, furto, crime contra a administração pública e foi autuado por ameaça e por integrar organização criminosa.
Na ocasião, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) segue as investigações para apurar a participação do alvo em outros crimes. Por nota, a SSPDS ainda informou que quatro adolescentes foram abordados e identificados por equipes da PMCE por atirarem rojões em pessoas que trabalhavam na campanha eleitoral da ex-governadora. A PCCE também investiga o caso.
O Povo com informações de Kleber Carvalho
2 comentários:
O poder público foi o responsável por deixar a situação chegar a esse ponto.
Deveriam trabalhar com mesma disposição para evitar a compra de votos.
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