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segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

SOBRAL - OS CINCO FATORES QUE LEVARAM O SARCÁSTICO IVO A SER DERROTADO PELO EXCÊNTRICO OSCAR

Desde a vitória de Cid Ferreira Gomes em 1996 o seu grupo político comanda a cidade de Sobral. Nesse percurso, Cid se empoderou como Governador e depois Senador, ao mesmo tempo que manteve o controle da cidade através das eleições dos aliados Leônidas Cristino, Veveu Arruda e do irmão Ivo Gomes. Excetuando a eleição de 2012, quando o quase desconhecido Dr. Guimarães por pouco não venceu o não empolgante Veveu, as demais eleições foram tranquilas para os FGs. Mas foi nesse épico ano de 2024 que o ciclo de comando do clã Ferreira Gomes chega ao fim com a derrota de sua candidata Izolda Cela (PSB) para o Deputado Estadual Oscar Rodrigues (União Brasil).

Desde 2016, com a candidatura de Moses Rodrigues à prefeito, que os "Rodrigues das Faculdades Inta" tentam tirar os Ferreira Gomes do poder em Sobral. Na eleição de 2020, Oscar foi derrotado por Ivo - que era candidato a reeleição - pelo placar de 66.519 a 45.795 votos, ou seja, com uma sonora maioria de 18,5% naquela ocasião. Mas o que houve nesse ano de 2024 para que essa hegemonia eleitoral do então grupo situacionista virasse pó? Na exata matemática eleitoral para onde foram os mais de 20.000 votos de maioria de 2020? Qual o cenário encontrado por Oscar Rodrigues para sair de 45 mil para os significativos 65 mil votos?

Após ouvir várias lideranças e atores políticos dessa histórica eleição, o Blog chega a conclusão que a vitória de Oscar não se deve em peso ao seu poder econômico e a sua resiliência política, muito menos a sua proposta de governo que nem se quer foi bem conhecida. O professor e empresário educacional venceu por que encontrou uma série de variáveis políticas específicas nesse 2024 que se entrelaçaram, sobretudo em meio a desorganizada e até soberba coordenação de campanha de Izolda e de seus padrinhos Cid e Ivo Gomes.

Certamente um dos maiores méritos de Oscar, uma figura destemida e excêntrica no meio político, foi manter unida a oposição agregando experientes lideranças, evitando assim brechas para a tão manjada estratégia de Cid em dividir a oposição alimentando uma candidatura alternativa como assim fez em 2012 e 2016.

As variáveis políticas dessa eleição de 2024 - as quais chamaremos de FATORES - em consonância potencializaram uma a outra. Em uma eleição com resultado apertado é inegável que todos esses pontos aqui relacionados tiveram peso decisivo nos números finais.


Fator 1: IVO GOMES, O CABO ELEITORAL AS AVESSAS
Ele, indiscutivelmente, está muito longe de ter feito uma gestão ruim. Os oito anos de Ivo deixam um legado irretocável em infraestrutura, educação, saúde e vários programas sociais e de inclusão.

Mas onde está o erro? Na pessoa dele como político, ou seja, na sua maneira de impor suas vontades sempre em linha de confronto aberto.

Suas tomadas de decisões, claramente não pesadas por ele devido a uma certa mescla de soberba com autoconfiança eleitoral, tiveram peso nas urnas. Do confronto com a Igreja Católica na encampação da Santa Casa pela Prefeitura, passando pela falta de diálogo com setores empresariais da cidade e chegando até o acaso com a desativação do popular Guarany de Sobral, Ivo foi criando obstáculos para a vitória de um sucessor no seu grupo partidário.

O carisma de Ivo é uma faca de dois gumes e seu marcante sarcasmo passa muitas das vezes do tom e soa como prepotência. Um episódio bastante representativo foi quando em uma entrevista radiofônica ao ser perguntado sobre o seu principal opositor, disse: "O Oscar é doido! Olha só o cabelo dele".

Daí, nesse início de 2024, veio o erro primário: A Taxa do Lixo imposta pela Prefeitura. Medida extremamente impopular e atrelada a conta de água do SAAE. Ivo conseguiu uma faceta histórica: entrar na casa de todos os eleitores sobralenses e de maneira negativa. O estrago foi tão grande que a candidata Izolda passou praticamente toda a campanha prometendo rever essa cobrança com novos critérios, desconstruindo a narrativa de irreversibilidade do tributo outrora defendida por seu padrinho político.


Fator 2 : O CANSAÇO DO ELEITOR COM OS FERREIRA GOMES
Embora esse fator já fosse existente quando consideramos que ele já se fizera presente em menor grau nas eleições anteriores, percebe-se que o desejo de mudança estava mais forte esse ano em seguimentos da sociedade sobralense que antes eram mais complacentes com o continuísmo dos irmãos Gomes. Esse gatilho do cansaço foi disparado pela postura do prefeito (fator 01) e pela escolha da sua candidata (fator 3).

A ciência política não é algo exato, mas percebe-se que o cenário nacional para novas experiências estava forte em cidades de médio e grande porte como fora o caso da quase vitória do jovem André Fernandes em Fortaleza. As decisivas redes sociais impulsionam as propostas de mudanças pelo "novo", diferente do discurso de "continuidade" que sempre é dificultoso devido o seu telhado de vidro. Ademais, os filhos do Dr. José Euclides não saem do repetitivo esquema: Cid-Leônidas-Veveu-Ivo-Izolda (Veveu)

Um componente a ser aqui colocado na mesa é o racha dos irmãos. Desde 2022, Ciro Gomes, visto por muitos como um cacifador de eleições em Sobral, está rompido com os irmãos e se manteve bem distante da acirrada sucessão do seu ninho político.


Fator 3: AS LIMITAÇÕS DA CANDIDATA
A ex-governadora Izolda, indiscutivelmente, é uma referência na educação cearense, porém pagou um preço alto em vir para uma eleição que lhe exigia uma inexistente expertise sua para o corpo a corpo interiorano com seus clientelismos. A professora tem um perfil técnico, ou seja, de gabinete e não é uma política de grande apelo popular. As limitações eleitorais dela também ficaram atreladas a uma espécie de reedição da discreta gestão do seu marido Veveu Arruda na Prefeitura sobralense.

Cela ficou com um discurso restrito e não criou uma identidade nova para cativar os eleitores indecisos e vulneráveis do seu partido, pois também não poderia se confrontar com aquilo que desabonava a gestão Ivo Gomes. O fato de ser uma mulher com possibilidades de chegar pela primeira vez ao comando da Prefeitura de Sobral, também acabou não agregando a sua campanha.


Fator 4: O PT COM SEU VICE QUE NÃO SOMOU AO GRUPO
Dizem os próximos aos caciques Cid e Ivo que estes deixam transparecer que o PT de Sobral é um peso morto. Eles aturam a sigla vermelha, a qual em Sobral é muito limitada eleitoralmente, comandada por sindicalistas da área educacional e sem lideranças carismáticas com forte apelo eleitoral, por causa da aliança em nível estadual com o superpoderoso partido. O Prefeito chegou até a protagonizar uma querela com sua Vice a petista Cristiane Coelho, ao exonerar funcionários ligados a ela e a não renovar o aluguel do seu gabinete. Ninguém do partido e nem a própria Cristiane teve personalidade para bater de frente com Ivo.

Já era esperado que o Vice de Izolda fosse alguém do ramo empresarial que ajudasse no diálogo com a classe comercial e, principalmente, com estrutura econômica para a campanha competitiva que se desenhava.

Mas aí veio a ordem da cúpula estadual do PT de que a Vice da chapa continuaria a ser da sigla. Cristiane Coelho foi sacada e a sua vaga foi dada para o discreto professor Paulo Flor, o qual foi pego de surpresa para fazer a dupla com a candidata do PSB.

O PT sobralense, o qual nunca foi um partido com protagonismo político e sempre viveu à sombra dos Ferreira Gomes, não teve peso nenhum na potencialização de votos e na reversão da derrota.


Fator 5: O JOGO (QUASE) DUPLO DE VEREADORES
Os desencontros na coordenação onde problemas (omissões, negligências...) de estrutura financeira de campanha e até de pouca confiança passada por seus líderes em reuniões, levaram a um "salve-se quem poder" entre grande parte dos candidatos a vereador dos situacionistas PSB, PT e PODEMOS. Nitidamente o pedido de convencimento de voto para a candidata a prefeita Izolda, foi deixado de lado. Comprovação dessa realidade é vista no resultado nas urnas dos candidatos do grupo de situação, pois a votação destes foi bem superior aos votos que a candidata socialista teve refletindo até na composião dos eleitos: 10 (pró-Oscar) x 11 (pró-Izolda). Esses líderes, alguns vereadores de vários mandatos, não fizeram valer seus vínculos com a Prefeitura e sua força eleitoral, falhando ou omitindo o voto casado seu com o da sua postulante ao Executivo.

Todos os amplos conhecedores da política sobralense acreditavam que - apesar dos percalços aqui elencados acima (fatores 1, 2, 3 e 4) - haveria a tradicional "cartada decisiva" dos votos advindos dos distritos e localidades, os quais sempre foram o xeque-mate dos Ferreira Gomes sobre seus opositores competitivos junto ao eleitorado da cidade. Esperava-se uma maioria pró-Izolda de mais de 7.000 votos que revertesse as dificuldades nos redutos urbanos. Ao final e incluindo derrotas nos distritos de Aprazível, Torto, Bilheira, Patriarca e Taperuaba, Izolda e seu grupo só trouxeram dessas sessões eleitorais minguados 970 votos de maioria.

Mas por que o Blog acha, considerando os cenários já citados - esse fator o mais decisivo? Por que se tem ligação direta com as últimas semanas antes da eleição e o resultado final apertado na vitória da oposição com apenas 6.003 votos de maioria, ou seja, nitidamente com os possivelmente reversíveis 4,8% em ações mais incisivas nos redutos eleitorais dos vereadores situacionistas.

Traições políticas sempre são alimentadas e não ocorrem por um único fator. Em conclusão, houve um erro crasso das lideranças e coordenadores de campanha na construção e reta final de campanha.

Fonte: Blog do Kleber Teixeira

11 comentários:

Muito blá blá blá. A verdade é que o povo só acorda pra uma situação ruim quando isso mexe no bolso, a taxa do lixo implantada pela Izolda e pelo Ivo Gomes foi o fator crucial para a derrota deles.

Já era perdeu kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Dr., não e só isso não, imagine você pagar multas de trânsitos durante oito anos, ou seja, em todo mandato. A prepotência, a arrogância do prefeito e seus assessores. E a falta do desenvolvimento econômico por meio de empresas privadas. O sobralense não precisa só de educacao e saúde pública, também precisa de emprego. O Ivo passou o primeiro mandato só debatendo assuntos da COVID-19. Fechou o comércio de Sobral, prejudicando os lojistas e clientes.

Arrogância nada, arrogantes são os eleitores que não entendem de administração e tão pouco de política. Pensam que o prefeito atual irá ser conivente com os desejos de viver sem pagar impostos e levar a vida de forma irregular e bagunçada. Kkkkkkk

Graças a Deus, acabou o curral eleitoral dos FG

Nenhum político presta, só olham pra eles mesmos e povo que se lascam.

Ao anônimo babão do dia 31 de dezembro às 20:46, viver a vida de forma irregular e bagunçada vai de cada um, afinal a consequência será individual pelas escolhas da sua vida, agora, quanto ao imposto, tanto taxas como impostos são roubos legalizados que os políticos impoem sobre o povo.

Os Estados, municípios sobrevivem de impostos. Se é roubo regularizado, desconheço. Vai para o mundo do faz de conta que sua mente está criando. As leis estão aí para por ordem em gente que age como animal irracional. Tem que seguir regras e viver respeitando as leis.

hj mesmo de manhã os guarda já tava metendo a caneta na galela

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