Defesa denuncia câncer sem tratamento e sentença é chamada de “morte anunciada.
A contadora aposentada Sônia Teresinha Possa, de 68 anos, mãe, avó e frequentadora da Primeira Igreja Batista de Curitiba, foi condenada a 14 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em decorrência dos atos de 8 de janeiro de 2023, apesar de não haver provas de sua participação em vandalismo, associação criminosa ou tentativa de golpe de Estado. Sem redes sociais ou filiação partidária, a idosa teria viajado a Brasília apenas para conhecer a cidade e orar pelo país, segundo relato do filho Renan. Mesmo assim, a maioria dos ministros acompanhou o voto do relator Alexandre de Moraes, que a enquadrou entre os manifestantes detidos no Palácio do Planalto.
Sônia passou mais de um ano no Presídio de Piraquara e, desde maio, está no Complexo Médico Penal (CMP) de Pinhais, onde enfrenta um câncer de pele maligno sem tratamento adequado, segundo sua defesa. Durante esse período, perdeu 15 quilos, sofreu restrições severas como uso de tornozeleira e longos períodos de isolamento, além de ser obrigada a ir algemada em atendimentos hospitalares. O vereador curitibano Guilherme Kilter, de 22 anos, que a visitou, descreveu a dor de ver uma idosa de sua comunidade religiosa privada da liberdade de culto e trabalhando na farmácia da prisão para reduzir a pena.
Os ministros André Mendonça e Nunes Marques votaram por sua absolvição, destacando a ausência de provas materiais contra ela e criticando a generalização que responsabiliza todos os presentes como membros de uma associação criminosa. Para Mendonça, não há elementos que indiquem adesão consciente aos atos, já que as fotos e arquivos em seu celular não eram de autoria própria. Em meio às críticas à decisão, o vereador Kilter publicou vídeo em defesa da idosa, classificando a condenação como “sentença de morte” e apelando: “Solte a Sônia imediatamente e, se precisar, me coloque no lugar”.
FONTE: BLOG CÉSAR WAGNER
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