Um vídeo divulgado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mostra o momento em que militares norte-americanos atacaram uma embarcação suspeita de tráfico de drogas no sul do Caribe nesta terça-feira (2). Segundo o governo americano, o barco estava carregado com narcóticos e 11 pessoas morreram na operação. De acordo com a Casa Branca, a ação teve como alvo o grupo venezuelano Tren de Aragua, classificado como organização terrorista pelos EUA. Trump afirmou em rede social que o ataque ocorreu em águas internacionais, enquanto os suspeitos transportavam drogas com destino aos Estados Unidos, e ressaltou que nenhum militar norte-americano foi ferido.
“O Tren de Aragua opera sob o controle do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, responsável por assassinatos em massa, tráfico de drogas, tráfico sexual e atos de violência e terror nos Estados Unidos”, publicou Trump, acrescentando que a ofensiva serve como alerta a qualquer tentativa de transportar drogas para o país.
Segundo o governo americano, a operação envolveu sete navios, um submarino nuclear, aviões de vigilância e 4.500 militares. Autoridades afirmam que o arsenal é justificado pelo combate ao tráfico de drogas, mas especialistas questionam a dimensão do envio.
“Se você olhar o tipo de equipamento que foi enviado, não é compatível com uma operação apenas contra o tráfico ou cartéis”, disse o cientista Carlos Gustavo Poggio, professor do Berea College, nos EUA. Já o professor Maurício Santoro, do IUPERJ, aponta que o movimento americano indica uma possível preparação para intervenção militar na Venezuela, comparando a situação com o recente reforço militar dos EUA no Irã.
O episódio intensifica a tensão entre os dois países. Na segunda-feira (1º), Maduro afirmou que a Venezuela entrará em luta armada caso seja atacada pelos EUA, classificando a presença militar americana como “a maior ameaça à América Latina do último século”.
O governo venezuelano vem mobilizando tropas e milicianos para se defender de qualquer ofensiva, enquanto a Casa Branca promete usar “toda a força” contra Maduro. O presidente americano oferece recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à prisão do líder venezuelano.
O episódio reforça o clima de tensão na região, com riscos crescentes de confrontos militares e debates sobre a legalidade e os objetivos da operação americana.
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