Obama e Raúl Castro apertam mãos antes de tributo a Nelson Mandela
Gesto sem precedentes ocorre durante conversas de reaproximação entre os dois países
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, apertam mãos antes do tributo de líderes estrangeiros a Nelson MandelaREUTERS
JOHANNESBURGO - Em um gesto sem precedentes, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, apertou a mão do cubano Raúl Castro antes do tributo a Nelson Mandela, nesta terça-feira.
A aproximação entre os mandatários dos dois países pode ser entendida como um gesto só mesmo possível no velório de Mandela. Se em outros fóruns diplomáticos Estados Unidos e Cuba são rivais de praxe, na cerimônia de Mandela se mostraram amigos.
Obama já declarou várias vezes ser um fã de Mandela, que ele afirma ter sido uma grande inspiração para sua vida e para a de sua mulher, Michelle.
Em seu discurso, Obama disse que se perguntava o quão bem aplicou as lições de Mandela “como homem e como presidente”.
Ao mesmo tempo, o irmão de Raúl, Fidel Castro, era amigo de Mandela. Os dois posaram juntos para fotos algumas vezes. Fidel e os cubanos apoiaram a luta contra o apartheid desde o início.
Desde que assumiu a Presidência, Obama busca estreitar suas relações com a ilha comunista. Diversos países das Américas pressionam, da forma que podem, os Estados Unidos para que suspendam o embargo econômico a Cuba.
Atualmente, os mandatários dos dois países trabalham uma reaproximação inédita entre as nações, que vivem tensões diplomáticas desde a Revolução Cubana, em 1953.
A presidente Dilma Rousseff estava atrás de Raúl Castro e também cumprimentou o americano. Os dois tinham uma visita de Estado marcada para outubro, que foi cancelada após revelações de que os EUA espionavam o Brasil e a Presidência.
Abertura Econômica
Desde que assumiu o poder em 2006, Raúl Castro acelerou uma série de medidas de abertura política que estavam planejadas pelo Partido Comunista Cubano. Ele abriu mais espaço para a propriedade privada na economia cubana e incentivou a migração de servidores públicos para o mercado.
As medidas foram bem vistas por Washington, que alterou em anos recentes medidas que visam modernizar as telecomunicações na ilha.
Fonte: http://oglobo.globo.com.
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