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sábado, 23 de maio de 2015

Saúde: uso de antibióticos na infância pode causar doenças

Um novo estudo encontrou ligação entre o uso de antibióticos na infância, mudanças na microbiota intestinal e desenvolvimento de doenças na maturidade. Um novo estudo, liderado por pesquisadores da University of Minnesota, encontrou ligação entre o uso de antibióticos na infância, mudanças na microbiota intestinal e desenvolvimento de doenças na fase adulta. A disbiose intestinal, que é o desequilíbrio na diversidade e/ou na composição das bactérias presentes no intestino, foi atrelada a doenças infecciosas, alergias e outros distúrbios autoimunes, além de também está associada à obesidade em adultos. O estudo, liderado por Pajau Vangay, através do programa de graduação de Informática Biomédica e Biologia Computacional, também desenvolveu um modelo preditivo com importante potencial clinico para medir o desenvolvimento saudável da microbiota intestinal em crianças pequenas, as descobertas foram publicadas na edição de 13/05/2015 do jornal científico Cell Host & Microbe.

O uso excessivo de antibióticos e os danos à microbiota intestinal Antibióticos são de longe as drogas mais comumente prescritas para crianças. É estimado que cerca de um quarto de todos os medicamentos prescritos para crianças são antibióticos, sendo que um terço dessas prescrições são consideradas desnecessárias. Outros estudos mostram os efeitos a curto e longo prazo de antibióticos na diversidade e composição das bactérias presentes no interior do nosso organismo, chamada de microbiota.

“Doenças relacionadas com o metabolismo e o sistema imune têm aumentando drasticamente e, em muitos casos, nós não sabemos o porquê” diz Dan Knights, biólogo computacional e professor assistente do Departamento da Ciência da Computação e da Engenharia e do Instituto de Biotecnologia da University of Minnesota. “Estudos anteriores apontam relação entre o uso de antibióticos e o desequilíbrio da microbiota intestinal, enquanto outros estudos afirmam que há relação entre o desequilíbrio da microbiota intestinal e doenças na fase adulta. No ultimo ano, 2014, nós sintetizamos centenas de estudos e encontramos evidências da forte correlação entre o uso de antibióticos, mudança na microbiota intestinal e doenças na maioridade”. Knights e seus colegas desenvolveram um método para mapear como os antibióticos podem estar interferindo no intestino e causando doenças na fase adulta. No caso de alergias, por exemplo, o uso de antibióticos pode erradicar bactérias essenciais presentes no intestino que auxiliam na maturação de células do sistema imune. Essas células são essenciais para manter o sistema imune capacitado para combater agentes causadores de alergia. Entretanto, mesmo que essas bactérias sejam restituídas, o sistema imune se mantem debilitado. Já relacionando com a obesidade, os antibióticos induzem mudanças na microbiota intestinal resultando num aumento dos níveis de ácidos graxos de cadeia curta no organismo que, por sua vez, afetam o metabolismo do organismo como um todo. Determinando a idade pelas bactérias no intestino O estudo também avaliou o desenvolvimento das bactérias presentes no intestino. Pesquisas demostraram que a idade de uma criança poderia ser predita dentro de 1, 3 meses com base na maturidade das suas bactérias intestinais. Essa descoberta poderia levar ao desenvolvimento de testes clínicos e intervenções para crianças cuja microbiota está com desenvolvimento atrasado devido ao uso de antibióticos ou outros fatores. “Nós acreditamos que essas descobertas ajudam a desenvolver um guia para futuras pesquisas para determinar as consequências do uso de antibióticos para a saúde e as recomendações para prescreve-los”, diz Knights. “O teste clínico que nós demonstramos também nós permitiria refletir sobre intervenções farmacológicas na infância.” Além de Knights e Vangay, pesquisadores envolvidos no estudo realizado incluem Tonya Ward, pesquisadora posdoutora no Instituto de Biotecnologia da University of Minnesota e Jeffrey Gerber, pesquisador na Divisão de Doenças Infecciosas no Children’s Hospital of Philadelphia.

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