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terça-feira, 2 de outubro de 2018

NOTA DE ESCLARECIMENTO DA PREFEITURA DE SOBRAL

A Folha de São Paulo rasgou sua melhor tradição e publicou ontem uma estória - que não pode ser chamada de reportagem - que atenta contra o bom jornalismo, contra a própria Folha e contra o Brasil. Sem provas, sem fatos, sem processos e sem testemunhas, já que as supostas pessoas ouvidas foram empurradas pelo repórter para o “anonimato”, a Folha colocou sob suspeição de forma preconceituosa milhares de alunos, professores, mães e pais, uma cidade, um Estado, o desenvolvimento da educação do Brasil e o próprio jornal. A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Ceará (ADUFC), maior universidade pública no Ceará, e o Sindicato dos Servidores Municipais de Sobral (Sindsems) expediram notas de repúdio às calúnias feitas contra a Educação de Sobral. 

Na matéria "Estudantes de Sobral, berço de Ciro, relatam pressão para fraudar provas”, o repórter se vale de supostas declarações de supostos alunos para sugerir que existe "fraude" na aplicação de uma prova nacional na cidade que conta com o melhor Índice de Educação Básica (IDEB) do Brasil. Não existe na reportagem nenhuma menção a qualquer processo instalado, investigação ou suspeição de alguma entidade com qualquer representatividade contra Sobral. Diz apenas que “casos semelhantes estão sendo investigados pela Polícia Federal e pelo Ministério Público”. Quais casos? Qual processo aberto? Onde? Contra quem? Baseado em que? O repórter não faz essas perguntas. Ou seja, não tem apuração, não tem jornalismo, apenas preconceito. Depois de uma entrevista de mais de 2 horas de duração em que dados que comprovam os resultados de Sobral foram apresentados, o repórter foi convidado pelo secretário municipal da Educação, Herbert Lima, e pela Assessoria de Comunicação da Prefeitura a adentrar e conhecer qualquer uma das 59 escolas do município, de sua livre escolha, sem que houvesse qualquer interferência por parte da gestão municipal. O repórter, infelizmente, recusou o convite e preferiu utilizar como fonte depoimentos induzidos de supostos alunos da rede, de forma clandestina, fora das escolas. 

Sobral, no sertão do Ceará, tem há muitos anos servido como referência para todo o Brasil pela qualidade de sua educação. Isso é facilmente comprovado não só pelas notas altas, mas pelas inúmeras entidades do Brasil e do mundo que tem acompanhado esse desenvolvimento desde seu início. Sobral iniciou seu processo de virada na educação com a ajuda, por exemplo, do Instituto Ayrton Senna. Hoje conta com uma parceria importante da Fundação Lemann e do Instituto Natura. A educação de Sobral já foi motivo de estudo de inúmeros pesquisadores, mestres e doutores de todo o Brasil. E seu sucesso foi replicado para todo o Ceará, que conta hoje com 82 das 100 melhores escolas públicas do Brasil. Mais que isso, milhares de prefeitos e secretários da educação de todo o Brasil já foram a Sobral para aprender como fazer uma boa educação.

Mas a Folha prefere colocar toda essa história de sucesso sob suspeita baseada em absolutamente nada. Uma matéria vazia de conteúdo. Uma matéria preconceituosa contra quem desenvolve a melhor educação do país em uma cidade humilde, de um Estado pobre do Nordeste brasileiro. O trabalho que vem sendo feito há anos pelos profissionais do ensino é colocado em dúvida por uma suposta investigação de três dias. A Folha atenta contra si própria, já que o próprio jornal publicou inúmeras reportagens elogiosas sobre Sobral e sua educação.

Além disso, há sete dias de uma eleição presidencial, liga essa patética estória a um candidato que luta para emancipar o povo através de uma educação de qualidade.

É urgente que a Ombudsman reflita com a direção do jornal sobre uma correção imediata. Mais que isso, que o jornal visite Sobral e o Ceará de forma aprofundada. Converse com pesquisadores de todo o Brasil. Converse com as entidades que trabalham com educação em todo o país. Leia estudos. Assista aulas nas escolas de Sobral. Reiterarmos, inclusive, o convite ao jornal para visitar qualquer escola do município, à escolha da Folha, porém, não mais com o mesmo repórter, que se mostrou parcial. Não podemos aceitar que apenas ilações, há dias de uma eleição, prevaleçam. O abismo que separa o bom jornalismo de um panfleto político é a capacidade de apuração e a fidelidade na apresentação dos fatos. E o que separa o crime de calúnia e difamação de um equívoco de apuração jornalística é a capacidade de ao menos reconhecer o erro, pedir desculpas e se retratar publicamente. É o que esperamos da Folha de São Paulo.

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