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terça-feira, 7 de maio de 2019

Lideranças políticas no Interior já travam embates para eleições de 2020

Confrontos do próximo pleito municipal ganham força nas principais cidades do interior. Antigas rivalidades, confrontos entre correligionários e alianças desfeitas são algumas curiosidades.

Rivalidade entre grupos políticos consolidados, novas composições a partir de rompimentos, primos em queda de braço e possíveis embates entre candidatos ditos da base do governador Camilo Santana (PT). Os ingredientes políticos nos sete maiores municípios do interior cearense em número de eleitores já movimentam lideranças e militantes para as acirradas eleições municipais de 2020.

Cenários diferentes são percebidos nos sete maiores municípios do interior em número de eleitores. Em Sobral, na região Norte, por exemplo, a marca é a polarização. Dois nomes são, por enquanto, os donos dos holofotes: o atual prefeito Ivo Gomes (PDT), irmão do senador Cid Gomes e do ex-candidato a presidente, Ciro Gomes, e o deputado federal Moses Rodrigues (MDB), que disputou o último pleito.

Ivo Gomes tem preferido não antecipar o ambiente eleitoral. Sempre que questionado sobre o assunto, afirma que ainda é cedo para tratar de 2020 e a prioridade é o atual mandato. O chefe do Executivo de Sobral foi procurado, mas a assessoria de comunicação informou que ele não fala sobre eleições.

Enquanto isso, Moses Rodrigues não apenas admite a pretensão de novamente aparecer nas urnas, como está "construindo um arco de alianças com vários partidos, inclusive o PSL".

Estrutura

O terceiro colocado em 2016 foi Dr. Guimarães, pelo PSDB. Hoje segundo suplente do senador Luis Eduardo Girão, o político está filiado ao Pros e não descarta concorrer de novo no ano que vem ou mesmo apoiar Moses. "Não fui procurado ainda, mas quem está na política, que pensa em ajudar o seu município, está sempre aberto ao diálogo", destacou.

Outra opção em Sobral pode surgir do partido Novo, que está construindo estrutura nas dez principais cidades cearenses. O presidente estadual da sigla, Geraldo Luciano, reafirma que o objetivo primário é montar as bases, antes dos processos seletivos que definem as candidaturas.

Já em Itapipoca, a menos de 100 quilômetros de Sobral, a disputa em 2020, por enquanto, tende a ficar entre três nomes. O interesse político na chamada "cidade dos três climas" é justificado com o potencial turístico e a localização estratégica no Estado, com terras no litoral e no sertão. A economia gira em torno da agricultura familiar e de um parque industrial modesto.

O atual prefeito, João Barroso (PSDB), é o candidato natural à reeleição e conta com maioria na Câmara Municipal. Dos 17 vereadores, 12 manifestam posicionamentos favoráveis ao gestor. O Diário do Nordeste tentou falar com o gestor por meio da Prefeitura de Itapipoca, pelo partido, pelo número do celular dele e até pelo telefone da empresa que possui em Fortaleza, mas não obteve êxito até o fechamento desta reportagem.

Enquanto silencia, os opositores, em Itapipoca, articulam candidaturas. Segundo colocado com 38% dos votos válidos em 2016, o ex-prefeito Dr. Dagmauro, atualmente sem partido, quer voltar à chefia do Executivo municipal. Um dos principais aliados dele é Felipe Pinheiro, liderança do PT na região, que já foi secretário-executivo na Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA) do Governo do Estado. De acordo com Dagmauro, há diálogo para a construção de uma chapa única.

A terceira via pode sair do Patriotas. O empresário Elvilo Araújo, que disputou o cargo de deputado estadual com o nome "Gordim Araújo" e conquistou mais de 22 mil votos no ano passado, se reconhece como pré-candidato ao Executivo. Existe a expectativa de contar com o apoio de outros partidos, como o PROS.

Turbulência no Sertão

Em Quixadá e Quixeramobim, no Sertão Central, as disputas já estão abertas. Na terra dos monólitos, onde reside a famosa Pedra da Galinha Choca, o cenário eleitoral é instável. O atual prefeito de Quixadá, Ilário Marques (PT), eventual candidato à reeleição, enfrenta uma turbulência na gestão desde a deflagração da Operação Fiel da Balança, pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE), com apoio da Polícia Civil, no mês de agosto de 2018.

Ele e três secretários chegaram a ser afastados das respectivas funções e retornaram aos cargos em novembro. Depois disso, já no dia 24 de abril deste ano, a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual deflagraram a Operação Casa de Palha, quando foi preso o genro de Ilário Marques, Milton Xavier Dias Neto, o "Neto Dias", além do presidente da Câmara Municipal de Quixadá, Ivan Construções.

Entre aliados, a aposta é de que Ilário Marques deve insistir na reeleição ou bancar o nome da esposa, a ex-deputada estadual Rachel Marques, no ano que vem, mas o desejo do petista encontra resistência na própria base aliada. Lideranças do PDT também estudam lançar nome do partido com o apoio do prefeito. A situação de Quixadá passa pelo escrutínio de forças estaduais.

Do outro lado, o último candidato a prefeito que rivalizou com o petista, Dr. Ricardo Silveira (MDB), se posta como pré-candidato e busca alianças com lideranças locais, como o atual vice-prefeito de Quixadá, João Paulo Furtado. Ricardo está de saída do MDB, mas não definiu novo partido. A terceira opção pode ser o advogado Sérgio Onofre, que em 2018 conquistou 7 mil votos como candidato a deputado estadual pelo PSDB.

Quixeramobim

No município vizinho de Quixeramobim, o chefe do Executivo, Clébio Pavone (SD), caminha para nova candidatura, desta vez sem o apoio do ex-deputado estadual Tomaz Holanda (PPS). Os dois romperam a aliança depois das eleições de 2016. Como oposição, Holanda é pré-candidato à Prefeitura ao lado de lideranças municipais.

O grupo político do ex-deputado e ex-prefeito Cirilo Pimenta (PDT) quer disputar votos novamente. Ele e o também ex-prefeito Edmilson Júnior, aliados antigos, projetam formar uma chapa para 2020, mas o nome ainda não está definido. Caso Pimenta não possa, Edmilson seria o principal nome cotado para voltar ao posto na disputa.

Governistas

Um pouco mais embaixo, no município de Iguatu, na região Centro-Sul cearense, as três possíveis candidaturas desenham um embate dentro da base do Governo do Estado. Eleito em 2016, o prefeito Ednaldo Lavor (PDT) quer continuar no poder, mas em novo partido. O destino do político deve ser PT ou PSB, mais ligados ao governador Camilo Santana.

Fica no PDT o deputado estadual Marcos Sobreira, que foi eleito vice-prefeito de Lavor, mas agora prepara o lançamento de um candidato do seu grupo político. "Meu nome está à disposição", frisou, sem descartar outro quadro para a disputa.

O deputado estadual Agenor Neto (MDB), ex-prefeito de Iguatu, também integra o grupo governista na Assembleia Legislativa, ainda que tenha postura crítica, e deve sair candidato. Ele e o atual prefeito, Ednaldo Lavor, não foram localizados.

(Diário do Nordeste)

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