A Taurus Armas, maior fabricante de armas de fogo do Brasil, anunciou a transferência de sua principal linha de montagem da família G de pistolas, localizada em São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, para sua unidade em Bainbridge, Geórgia, nos Estados Unidos. A decisão, comunicada pelo CEO Salesio Nuhs, é uma resposta à tarifa de 50% imposta pelo presidente americano Donald Trump sobre exportações brasileiras, que entrou em vigor em 1º de agosto de 2025. A medida visa mitigar o impacto financeiro das taxas, que tornam a exportação de armas inteiras menos viável, já que 80% do mercado civil de armas da Taurus é destinado aos EUA.
A partir de setembro, a Taurus planeja montar 900 das 2.100 armas produzidas diariamente nos Estados Unidos, com projeções de aumentar para 1.100 em outubro e 1.330 em novembro. A empresa continuará exportando peças do Brasil, pagando tarifas apenas sobre esses componentes, o que reduz o impacto financeiro em comparação com a taxação de armas completas. No entanto, a transferência deve reduzir em cerca de 30% o faturamento da unidade de São Leopoldo, levantando preocupações sobre possíveis demissões, embora números exatos ainda não tenham sido definidos. A Taurus também está em negociações com os governos federal e estadual para obter incentivos, como a liberação de créditos de ICMS, para fortalecer seu fluxo de caixa.
O impacto da decisão vai além da empresa, afetando a economia do Rio Grande do Sul, onde a Taurus é uma das maiores empregadoras do setor. O prefeito de São Leopoldo, Heliomar Franco, lamentou a situação, destacando a importância da empresa para a cidade e o estado. A Taurus, que emprega cerca de 3.700 pessoas e exporta para mais de 100 países, também antecipou exportações e reforçou estoques nos EUA para minimizar os efeitos das tarifas. Apesar das negociações com autoridades brasileiras, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Fernando Haddad, a empresa enfrenta desafios significativos para manter sua competitividade no mercado americano, essencial para sua operação.
Fonte: Daniel Weterman
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